Lucinildo Frota se sentiu desrespeitado pela direção da sessão plenária por não ter direito de resposta acatado. Foto: ALCE

Durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (20), deputados da bancada de oposição criticaram o que apontaram como falta de respeito com o Regimento Interno em algumas ocasiões na Casa. A reclamação se deu pela negação de um pedido de direito de resposta feito por Lucinildo Frota (PDT) em plenária na semana passada, após embate com Guilherme Sampaio (PT).

Frota havia abordado o caso das servidoras da Secretaria da Educação do Ceará, que estão sob investigação por organização criminosa e fraudes  e na ocasião foi rebatido por Sampaio. “Falei que havia indícios de que pessoas superiores a Crede 1 (Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação) poderiam estar envolvidas nos casos de fraude na licitação e corrupção, que acabou culminando com a prisão da coordenadora do Crede. E temos ainda uma senhora de 70 anos foragida”.

Ele lembrou, ainda, que durante suas falas não fez acusações contra secretários, gestores ou contra o governador Elmano de Freitas. “Eu queria apenas que tivessem me dado o direito de usar o regimento no Art. 168 inciso VI, mas não foi me foi dado o direito de formular minha questão de ordem”, frisou. Quem presidia a sessão  e não concedeu direito de resposta a Frota foi o deputado De Assis Diniz (PT).

“Não é porque estou no primeiro mandato, que sou oposição, que vou deixar que me calem. Estou tranquilo”  – (Lucinildo Frota)

“Como participei da sessão onde vi o ocorrido, eu lamento. Procuro não chamar colegas, dirigeants, governantes, de mentirosos e levianos. O pior é não conceder o direito do colega de expressar sua opinião”. apontou Cláudio Pinho (PDT). Ele também cobrou a presença de pessoas nas galerias da Assembleia Legislativa. “Essa Casa, dita do povo,  e cadê o povo? Na Câmara Federal e Câmara Municipal de Fortaleza o povo tem acesso. Mas o povo não tem acesso ao poder legislativo do Ceará”.

“Se vossa excelência teve o direito de resposta tolhido no plenário, gostaria que tivesse resolvido isso no plenário”, defendeu Felipe Mota (UB). “É lamentável esse tipo de episódio, eu já tive que implorar por um direito de resposta”, confessou Carmelo Neto (PL).

Mesa

Carmelo Neto também lamentou a falta de pessoas nas galerias da Casa Legislativa. Sargento Reginauro (UB), por sua vez, afirmou que Lucinildo Frota foi chamado de “mentiroso” por Guilherme Sampaio. Para ele, é preciso  que os membros da Mesa Diretora “tenham mais cuidado com o rito regimental”.

Após as falas de Lucinildo Frota, o deputado Guilherme Sampaio destacou a importância do mandato do colega. “Eu gostaria de saudá-lo, expressando meu reconhecimento ao seu mandato, gratidão pela nossa amizade e satisfação pela compreensão recíproca, que vai permitir que caminhemos juntos, sempre com muito respeito e afeto”, disse.