Lúcio Bruno e Adail Júnior foram acusados de misoginia contra a vice-governadora Jade Romero. Foto: CMFor

Após críticas feitas à vice-governadora Jade Romero (MDB), onde chamaram a gestora de “garota de recado” e “garganta de aluguel”, os vereadores Lúcio Bruno (PDT) e Adail Júnior (PDT) subiram à tribuna da Câmara de Fortaleza, na manhã desta quarta-feira (06) e negaram ter cometido misoginia contra ela. Durante todo o dia de ontem, depois dos pronunciamentos, parlamentares e até o governador do Estado Elmano de Freitas repudiaram as falas dos pedetistas.

Em seu pronunciamento, hoje, o vereador Adail Júnior disse que as críticas que recebeu após suas falas foram “orquestradas” por apoiadores do Executivo Estadual. Ele não chegou a se desculpar com Jade Romero e afirmou que suas falas foram direcionadas aos posicionamentos da governadora em exercício e não teria relação com o seu gênero.

“É bom demais defender vice-governadora, difícil é defender ex-prefeito, e eu até acho fácil defender o ex-prefeito Roberto Cláudio”, disse ele. “Eu venho à tribuna, independente, do gênero do gestor discutir ideias. Eu venho aqui criticar ou elogiar o gestor. Agora me acusar, orquestradamente, de misoginia… Não vão me calar, ao contrário”, apontou.

“Quando me refiro à governadora é pelo seu posto, pelo que falou, não pelo seu gênero. Meu passado nesta Câmara fala. Não tenho problema nenhum com ex-vereadora. Agora, os deputados aí, que estão orquestrados, seguindo orientação não sei de quem. Quase a mesma postagem, na ânsia de defender o poder, de quem está no poder”, disse.

Lúcio Bruno também se posicionou sobre o episódio, e segundo afirmou, suas falas foram mal colocadas “por alguns” e mobilizaram todo o Estado, inclusive, o governador Elmano de Freitas, que nas palavras de Bruno “estava sumido”. “Me acusando de misoginia. Essa carapuça não me serve não. Hoje, na Câmara, mais de 50% dos meus assessores são mulheres”, justificou.

“Será que ninguém pode mais criticar um governo desastroso? O ex-prefeito Roberto Cláudio está fazendo a função dele de oposição. Está certo, tem que criticar. Eu quero ver essa turma todinha, que estava dizendo que eu fiz isso, o que vai justificar ou alguém tem alguma dúvida que o Abolição vai dar uma rasteira na Luizianne Lins? Eu quero ver o que vão dizer quando tirarem a candidatura da Luizianne Lins. Pode ser que coloque um homem, que nem do PT ainda é”, disparou.

O vereador Professor Enilson (Cidadania), por sua vez, se solidarizou com os dois parlamentares. Segundo ele, os vereadores precisam ter a liberdade de se posicionar na tribuna da Casa Legislativa. “Minha solidariedade ao vereador Lúcio Bruno, ao vereador Adail Júnior e a esta Casa”, disse.

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