Entrega do Relatório da CPMI a procuradora-geral da República, Elizeta Ramos/ Foto: Leonardo Prado/SECOM/MPF

A procuradora-geral da República, Elizeta Ramos, recebeu na tarde de terça-feira (24) o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 janeiro. O documento de 1.331 páginas foi entregue pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, e por outros integrantes da Comissão: os deputados federais Jandira Feghali e Rogério Correia e o senador Randolfe Rodrigues. O documento indicia 61 pessoas pelos atos que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, além de pedir o aprofundamento das investigações em relação a outras 30.

O coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos do MPF, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, também participou da reunião. Ele será o responsável por analisar o material reunido pela CPMI e dar os encaminhamentos devidos, segundo explicou a procuradora-geral da República. Desde janeiro deste ano, Carlos Frederico coordena o trabalho do MPF na apuração dos fatos relativos ao 8 de janeiro, numa atuação que já resultou na apresentação de mais de 1,4 mil denúncias ao Supremo Tribunal Federal contra executores e incitadores dos atos. “O material produzido pela CPMI vai complementar esse importante trabalho que já é feito pelo Grupo Estratégico”, explicou Elizeta.

Os parlamentares elogiaram a atuação do MPF até aqui e destacaram a relevância da instituição. “A PGR tem um papel fundamental nessa próxima etapa”, destacou Eliziane Gama. Além do relatório em si, os parlamentares entregaram um total de 7 terabytes em materiais coletados ao longo dos cinco meses de trabalho da CPMI, incluindo imagens, íntegras de depoimentos, vídeos e documentos. “Todo o material e as provas amealhados serão cuidadosamente analisados”, disse Carlos Frederico, lembrando também que a prova produzida no âmbito de uma comissão parlamentar de inquérito é diferente daquela necessária para subsidiar uma ação penal.

Entre os indiciados pela CPMI, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, oito generais do Exército, uma parlamentar, 17 pessoas apontadas como financiadoras dos atos e quatro supostos integrantes do chamado “Gabinete do Ódio”, que atuava nas redes sociais. O Ministério Público Federal não tem prazo para analisar as conclusões da CPMI.

Informações do MPF