Pedetista cobra explicações da Arce e do Governo do Estado. Foto: CMFor

O vereador Lúcio Bruno (PDT) também está levantando questionamentos sobre as tarifas da Cagece no ano de 2023. Em sua participação na Câmara de Fortaleza, nesta semana, o parlamentar criticou o reajuste e lembrou que ele está bem acima da inflação e do aumento do salário mínimo do mesmo período.

O pedetista questionou se o incremento tem como objetivo principal atender às demandas hídricas da população ou se está sendo direcionado para financiar parcerias público-privadas, especificamente com a Ambiental Ceará. Ele destacou a importância de se esclarecer essas questões, visando garantir que os recursos provenientes das tarifas sejam direcionados de maneira justa e eficiente em benefício da comunidade.

“Esse é o segundo reajuste que o Governo do Estado está dando ao Estado do Ceará, ao todo serão quase 18% de reajuste tarifário na conta da água e do esgoto. Está chegando água na sua torneira? Água de qualidade?Tem água quantas vezes por dia em sua torneira? Será que está chegando água o dia todo lá?”, questionou.

Segundo ele, a Acfor, em Fortaleza, solicitou informações da Arce para saber qual cálculo foi feito para se chegar ao reajuste de 18% ao ano. “Nesse mesmo período, o salário mínimo aumentou 8,9%. Eu tive reajuste de 8,9% no salário, mas a água e o esgoto, que são serviços essenciais, o governador Elmano de Freitas, o governador do povo, aumentou em 18%. A inflação do período foi de 4,61%. Não justifica”.

Na avaliação de Bruno, ou o governador quer arrecadar para mais despesas ou quer deixar uma poupança para atender a PPP. “A água e o esgoto do Ceará foram entregues à empresa privada, ela passará a explorar a conta de água e de esgoto dos cearenses”, apontou.

Ainda de acordo com ele, de 2015 a maio de 2022, moradores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) pagaram uma taxa de contingência, que teria arrecadado mais de R$ 500 milhões no período, tendo um saldo de R$ 164 milhões. Segundo disse, o Governo do Estado quer diluir esse montante em todo o Ceará para fazer a modicidade da tarifa da Cagece.

“Ele fez um aumento de 18% e está pegando dinheiro do povo de Fortaleza para aliviar o povo do Ceará. Nada contra, mas quem contribuiu foi o povo de Fortaleza e Região Metropolitana. Esse dinheiro tem que ser devolvido para quem contribuiu”, defendeu.

“Foram 353 mil domicílios que contribuíram, dos quais 276 mil estão em Fortaleza. Governador, chega. Pare de maltratar Fortaleza. Chega, está na hora de trabalhar. Venha ajudar a Capital, devolva a quem é de direito. Pare de sacrificar o povo, que há está tão sofrido no Ceará”, concluiu.

Confira o vídeo na íntegra: