Ligado à defesa dos Direitos Humanos, Renato Roseno se disse constrangido com a situação. Foto: ALCE

O deputado Renato Roseno lamentou o assassinato de um adolescente em uma Areninha de Fortaleza, ocorrido na noite de segunda-feir (23). Segundo ele, o crime se deu por disputa de territórios por parte de facções criminosas e que é preciso mais ação por parte do Sistema Único de Segurança Pública, em atividade desde 2017.

“A Visão Mundial, que é uma organização cristã, que apoia várias organizações de direitos humanos, apoia há muitos anos essa iniciativa chamada Meninos de Deus. Essa iniciativa é de tentar, pelo esporte, prevenir a violência, evitando que meninos e meninas morram em razão da violência urbana”, disse o parlamentar, que é presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

Segundo ele, o que aconteceu no comunidade do João Paulo II, “foi uma das mais angustiantes e cruéis tragédias que nesses anos todos eu poderia testemunhar. Exatamente por tudo o que ela sintetiza. O adolescente morto estava terminando o treino deste projeto. Um voluntário do projeto, que era instrutor e outros dois adolescentes feridos. Eles estavam finalizando o treino de futebol, todos uniformizados”.

Em sua avaliação, nenhuma das vítimas tinha qualquer relação com disputa territorial. Ele também lembrou ataque a uma escola em São Paulo, que vitimou uma estudante, além de 55 ônibus incendiados no Rio de Janeiro e ações de violência registradas na Bahia.

“É constrangedor, o que nos obriga a pensar em muitas saídas. Temos que fortalecer projetos como esse e protegê-los da violência. O ataque que houve em São Paulo só se deu em função da flexibilização do acesso às armas”, justificou.

Para ele, é preciso fortalecer as atividades de prevenção, o controle do mercado de armas, e adotar, de fato, o Sistema Único de Segurança Pública. “Perdemos muitos anos para compreender que, a exemplo da Saúde, que tem sistema único desde 1988, e a exemplo da educação, apenas em 2017, com aprovação do Susp, deu-se um lento passo em torno da segurança pública que incorpore a prevenção”, disse.

Enfrentamento

O parlamentar disse, ainda, que é um erro continuar apenas na lógica do enfrentamento sem políticas de prevenção, o que fará com que mais cenas de violência ocorram no Estado. “Até quando vamos continuar vendo que atual modalidade de segurança pública, da ampliação da lógica de combate, não está resolvendo um problema estrutural? Nós continuamos e continuaremos falando da nossa política de prevenção, permitindo oportunidades para aqueles não entrem nas organizações armadas. Conjugar prevenção com inteligência, que são fundamentais para diminuir, dentre outras coisas, o tráfico das armas”, concluiu.

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