Wellington Landim morreu no exercício do mandato. Foto: ALECE

O deputado Wellington Landim era presidente da Assembleia Legislativa cearense, e ressalte-se, um dos melhores das últimas décadas, e como chefe do Poder Legislativo decidiu ser candidato a governador do Estado do Ceará, no pleito de 2002, vencido pelo ex-governador Lúcio Alcântara. Landim, em 2001, tinha o apoio quase unânime de seus colegas.

Em abril de 2001, quando das comemorações de um seu filho, 17 deputados estaduais que foram participar do convescote, fizeram uma outra festa, a de consolidação do apoio à candidatura de Wellington a governador. Dali por diante seguira-se os outros apoios, de modo que ao fim de ano, como hoje, quase todos os deputados defendiam a candidatura de Wellington a governador. Atualmente, idêntico movimento em torno de uma provável candidatura de Evandro Leitão, o presidente da Assembleia, à Prefeitura de Fortaleza.

Ocorre que, em abril de 2002, quando o quadro político já estava praticamente definido em termos de sucessão estadual, dos primeiros 17 afoitos apoiadores da candidatura de Wellighton, só restavam 5 (Domingos Filho, Tourinho Filho, Bosco e Antônio Granja), os demais, como os outros deputados, escafederam-se. Até Artur Bruno que seria o candidato a vice-governador, representando o PT, desistiu do apoio e de ser candidato a outro cargo, que não à reeleição.

Foi assim, que os deputados do PMDB (na época era esta a sigla do partido), rompendo o compromisso anterior, justificaram como questão fechada a decisão do partido de apoiar a candidatura de Sérgio Machado, os do PT de apoiarem a postulação do deputado federal José Airton (dizem que para não ser o candidato a governador do PT, Artur Bruno alegou, para a direção nacional da sua agremiação, as mesmas razões apontadas para disputar como vice de Wellington – o financiamento de um apartamento), e os parlamentares do PSDB, insatisfeitos com Tasso Jereissati, resolveram ficar com a candidatura de Lúcio Alcântara, o vencedor.

Em resumo, os deputados que sugaram tudo que Wellington, enquanto presidente da Assembleia poderia dar, deixaram-no para desfrutarem de outros favores. Nada há de diferente no momento. A quase totalidade dos atuais deputados que querem Evandro candidato a prefeito de Fortaleza, o abandonarão, no próximo ano, quando ele já não mais terá o mesmo quantitativo de recursos do Poder Legislativo para distribuir com os que o sugam atualmente.

Quanto mais sendo a situação de Evandro diferente a de Wellington, pois este tinha um partido para concorrer e aquele ainda nem legenda tem. O PT está fechado com Luizianne, embora algumas vozes motivem dúvidas, e o PSB não é confiável. Como comissão provisória, o partido pode passar para as mãos de qualquer um outro político, não ligado a Evandro, principalmente quando se sabe do entendimento entre as cúpulas nacionais do PSB e o PDT sobre a formação de uma Federação de Partidos para as eleições de 2026, acordando os partidos de apoiarem-se nas disputas municipais nas capitais brasileiras onde ambos têm o controle das prefeituras atualmente.