Ainda de acordo com ele, as informações que têm recebido sobre a administração de Cid Gomes à frente do PDT são obtidas apenas pela imprensa. Foto: Miguel Martins

O senador Cid Gomes está na direção do PDT pelos próximos meses, até dezembro, quando André Figueiredo deve retornar ao comando da agremiação e ser eleito para um novo mandato de quatro anos. O deputado estadual Antônio Henrique (PDT) é dos que fazem oposição ao governador Elmano de Freitas, diferente da maioria da bancada do seu partido. Ele discorda da atuação de Cid, defendendo que o partido oficialize apoio ao Governo Elmano. Ontem, Henrique afirmou que desde a mudança na direção da sigla (licença de André Figueiredo para o partido ficar comandado por Cid, nenhuma mudança foi percebida, permanecendo todos na mesma posição. Quem era oposição ao Governo Elmano se mantém na bancada e quem fazia parte da base governista, continua.

“Eu não tenho conhecimento de nenhum posicionamento com relação à nova liderança do partido, principalmente em se tratando de Assembleia. Continuamos num grupo de deputados fazendo oposição ao Governo e o outro grupo fazendo parte da base governista. Não temos nenhum conhecimento de mudanças ocorridas com a presidência de Cid Gomes”, apontou. Para esta sexta-feira está programada uma reunião do diretório estadual, sem pauta definida. Na última reunião convocada por Cid Gomes, alguns integrantes da direção não compareceu e C id não gostou.

Um dos presentes, na reunião esvaziada, registraram que o senador ligou para o deputado Salmito Filho, reclamando da sua segunda ausência em reuniões por ele (Cid) convocada e o ameaçou de produzir um documento para permitir que a direção estadual afaste quem faltar a duas reuniões consecutivas. C id colocou o telefone do sistema de viva voz e todos ouviram que Salmito não retrucou e ficou repetindo, algumas vezes que queria “falar com o senhor”, mas Cid não marcou data.

Antônio Henrique diz não saber de praticamente nada em relação ao funcionamento do partido, atualmente. Segundo ele, as informações que tem recebido sobre a administração de Cid Gomes à frente do PDT são obtidas apenas pela imprensa, visto que reuniões com os filiados e membros do partido, segundo disse, não têm sido comunicadas a ele. “Segue tudo do mesmo jeito, não tem nenhuma orientação para mudar. Estamos aqui porque acreditamos em um projeto, que não é o do Elmano de Freitas”.

Sobre sinalizações feitas por Cid Gomes ao PT local, Antônio Henrique afirmou que o diálogo é importante, mas salientou que em nível de Fortaleza não há como construir uma aliança, visto que o que tem se trabalhado é justamente o oposto, uma divisão.

“Nós sabemos que o candidato do PDT é o Sarto. Se alguém do PDT quiser ser candidato, vai ter que deixar o PDT para disputar por outro partido. Não vejo isso como uma união de forças. O que a gente percebe é uma divisão, um rompimento”.