Dra. Raquel recordou que o último concurso para estratégia da saúde da família realizado na capital cearense foi em 2006. Foto: Reprodução/ Blog do Edison Silva

Na última sexta-feira (12) o Blog do Edison Silva fez uma  entrevistou a diretora-geral do Sindiodonto (Sindicato dos Odontólogos do Estado do Ceará), Dra. Raquel Praxedes.  Foi detabatido diversos assuntos que englobam a área, dentre eles a importância da atenção bucal que a população precisa ter, a formação acadêmica, piso salarial da categoria e relação do sindicato com as atuais cooperativas.

Questionada sobre a atuação do profissional da odontologia dentro da equipe que atende a saúde da família, que trabalha diretamente nas residências, a diretora-geral do Sindiodonto reconheceu que o dentista é essencial para o reconhecimento de doenças bucais e fazer exames prévios, fazendo um direcionamento para o paciente, para postos de saúde ou centros de atenção especializada.

No cenário atual, grande parcela dos profissionais não atuam no serviço público, por diversas motivações, dentre ela falta de: concursos, reconhecimento salarial, importância devida à saúde bucal. ”Nós temos unidades no Estado [Ceará] hoje, que contemplam os CEOS estaduais [Centro de Especialidades Odontológicas] que tem vagas ociosas. O governo estudual fez uma seleção o Funsaúde, e só ofertou 30 vagas e somente para hospital. Não contemplaram nem os CEOS. E porque não abriram vagas para esses especialistas também adentrarem?”, indagou a doutora.

Raquel recordou do último concurso realizado na capital cearense: ”Em Fortaeleza, quando foi o último concurso público para estratégia da saúde da família? Foi o que eu fiz, em 2006, então de lá para cá não teve concurso público para você ser dentista público de carreira”.

Segundo a profissional existem hoje por volta de 20 faculdades de odontologia no Ceará, que por semestre formam, cada uma, cerca de 80 estudantes. ”Nós temos um contigente grande de profissionais, mas temos que ter mais concursos, mais seleções públicas, nós priorizamos o concurso público para todos os profissionais de saúde que irá atender no SUS [Sistema Único de Saúde], o ideal é que ele seja concursado.  Até porque é um profissional que tem uma ligação muito forte ali com a população e isso precisa se perpetuar por toda uma vida de trabalho”, frisou a dentista.

Questionada sobre os comparativos que ainda hoje se fazem com os cursos da saúde em geral, como fisioterapia, enfermagem, com o curso da medicina, Dra. Raquel Praxedes afirmou que atualmente não é uma situação tão recorrente como era há alguns anos: ”Algo que a gente aprende depois de formada, ninguém é mais importante que o outro. Trabalhamos em equipe, dependemos de outros profissionais que estejam atuando, de um anestegista, de uma enfermeira”.

O sindiodonto que compreende ao território estadual apresenta atualmente uma baixa adesão de sindicalizados, de acordo com a diretora  cerca de 600 pessoas. ”Nosso sindicato precisa de mais valorização por parte do dentista, por termos uma formação muito liberal lá no início tende a não valorizar tanto a área sindical, e hoje estamos vemos que precisamos nos organizar enquanto classe trabalhadora. Hoje em dia o dentista se forma e já abre seu consultório? Dificilmente. Se precisa fortalecer sua entidade sindical, que precisamos lutar pelo nosso piso salarial. A odontologia tem uma Lei Federal de 1961, que só foi recepcionada pela Constituição Federal no primeiro semestre do ano passado através da ADPF 325, decisão da ministra Rosa Weber, onde foi congelado três salários mínimos do ano vigente, que era 2022, hoje o piso é R$ 3.636 para uma jornada de 20 hrs/semanal”, diz Raquel.

Em maio deste ano o Governo Federal implantou o Programa Brasil Sorridente, que garante atendimento da população em geral, especialmente dos mais vulneráveis e em regiões de vazios assistenciais.

De acordo com a Dra. Raquel Praxedes o Sindiodonto não tem nenhum tipo de relação com as clínicas cooperadas do Estado do Ceará. ”Nós batalhamos para que o Estado não tenham mais vínculo com as cooperativas. O dentista cooperado não é tem proximidade com o sindicato, por medo de perder o emprego, o que a gente vê é o não interesse. A cooperativa é uma verdadeira forma de muitos gestores e políticos implementarem suas pessoas dentro”.

Confira na integra entrevista feita com a diretora-geral do Sindiodonto: