Petista lembrou que André Fernandes passou por processo de quebra de decoro parlamentar na Assembleia. Foto: Miguel Martins

Em seu pronunciamento na Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (11), o deputado De Assis Diniz (PT) informou que está sendo processado pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE) por falas que fez durante uso da tribuna. O petista criticou o processo impetrado pelo bolsonarista e fez um histórico de polêmicas protagonizadas por Fernandes desde que o parlamentar ingressou na política.

“É estranho um deputado que passou todo o seu mandato querendo utilizar o manto sagrado da imunidade nas falas de tribuna, hoje utilizar o contrário, buscando a partir da fala que eu fiz, um processo de perdas e danos”, disse Diniz. “O que fizemos no dia em que o pai dele (o deputado Alcides Fernandes) chamou o PT de quadrilha foi dizer o que, de fato, caracteriza uma quadrilha e fiz referência aos que patrocinaram o 8 de janeiro. Eles que são quadrilheiros, porque lá tinha dolo. Eles patrocinaram a logística de um crime contra a República”.

O petista lembrou que um processo foi aberto contra André Fernandes junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por publicações que o bolsonarista fez sobre os atos terroristas do dia 8 de janeiro e esse foi o ponto levantado por Diniz na tribuna. Por conta disso, o deputado federal entrou com ação por calúnia contra ele.

“Não precisamos do mandato de imunidade para fazer o debate político. A minha vida se confunde com a vida do PT e nada vai me afastar disso. Esse procedimento é impróprio, e é o que diz o ditado: ‘faça o que digo e não faça o que eu faço'”, apontou.

Na tribuna da Assembleia, De Assis lembrou que Fernandes já foi alvo de procedimento no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa, quando exercia mandato no Parlamento estadual por ter acusado seus pares de envolvimento com o crime organizado. “Ele já acusou colegas nesta Casa de envolvimento com o crime. Eu posso passar o dia enumerando aqui a quantidade de processos e denúncias a que responde o deputado André Fernandes”, assinalou.

Para ele, é sua obrigação, enquanto parlamentar, defender a sua honra, a do seu partido e a dos que construíram a base democrática e programática do País. “Pode me processar, que não tenho medo. Não abrirei mão do meu princípio inalienável de ser quem eu sou”.