Carmelo Neto foi o deputado estadual mais bem votado nas eleições do ano passado, no Ceará. Foto: ALCE

O deputado Carmelo Neto (PL) demonstrou indignação com o processo de cassação de seu mandato e outros três parlamentares do Partido Liberal, em julgamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Ceará. Segundo ele, com a decisão da corte, seus mais de 118 mil votos estavam sendo jogados no lixo “por conta de uma injustiça”.

O TRE-CE está julgando denúncias de fraude dentro do partido na cota de gênero, que estabelece um número mínimo de mulheres disputando as eleições. Com isso, desembargadores do TRE-CE formaram maioria para cassar as candidaturas de deputados estaduais eleitos no estado pelo PL em 2022.

“Estão usando uma lei que foi criada para incentivar participação da mulher na política e querem cassar e tirar duas mulheres das mais votadas no Estado. Quer dizer que a lei se fere? A lei se automutila, acabando com a maior representatividade feminina desta Casa?”, disse.

O parlamentar chegou a utilizar suas redes sociais para dizer que a cassação dos mandatos de quatro deputados do PL beneficiaria partidos da base do governador Elmano de Freitas. O deputado chegou a insinuar que o Governo do Estado estaria por trás da ação, chegando a citar PSOL e o Partido dos Trabalhadores.

Ele afirmou, ainda, que o partido irá recorrer em todas as instâncias possíveis diante de uma decisão desfavorável ao PL. “São 118 mil votos que podem ser jogados no lixo por conta de uma injustiça. A vontade do povo cearense deve ser respeitada”.

O deputado Felipe Mota (UB) destacou que a legislação eleitoral é frágil nesse sentido e defendeu mudanças no processo de cotas. “Para quê as cotas se estamos matando mulheres eleitoralmente e dando vaga aos homens?”, disse ele, lembrando que a decisão da justiça eleitoral beneficiaria suplentes do sexo masculino.

Sargento Reginauro (UB) prestou solidariedade aos parlamentares do PL e elogiou a atuação de Carmelo Neto no Legislativo. “Vereador extremamente atuante e deputado estadual mais votado, indiscutivelmente”. Antônio Henrique (PDT) lamentou o processo de cassação e afirmou acreditar na Justiça. “Todos nós estamos aqui porque Deus permitiu através do voto popular”.