Debate tem sido feito na Assembleia e envolvido todos os parlamentares da Casa Legislativa. Foto: ALCE

A crise na saúde, em especial, nas unidades de Saúde administrada pelo Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza, voltou a ser tema de embates na Assembleia Legislativa. Enquanto uns cobraram melhorias nos equipamentos hospitalares da Capital, outros reclamaram da situação da área no Executivo Estadual.

A deputada Larissa Gaspar (PDT) cobrou melhoria dos equipamentos de saúde de Fortaleza, reabertura de emergências e reformas das unidades básicas de saúde, que, segundo ela, estão em condições de insalubridade. “A atenção primária de Fortaleza está em um estado de calamidade, um absurdo. As unidades não funcionam, não têm medicamentos, não têm médicos, a infraestrutura está precária”, disse.

De acordo com Larissa Gaspar, muitas vezes os atendimentos não são realizados, porque o profissional não consegue ficar na sala para atendimento, devido à quantidade de “mofo, goteira e umidade”. “Um exemplo disso é um posto no bairro Luciano Cavalcante. Se forem lá vão ver que não se consegue ficar lá nem um minuto, pois não tem como respirar de tanto mofo. Um ambiente insalubre”.

Evandro Leitão (PDT) ressaltou o papel dos parlamentares de fiscalizar e fazer cobranças dos atos e ações do Poder Executivo, mas ponderou que essa ação deve ser feita com responsabilidade. Ele avaliou que a visita de deputados ao hospital de Itapipoca irá ajudar o município, mas chamou a atenção para os fatos relacionados à concepção do hospital.

“É fácil estar aqui cobrando como se o prefeito ou o Estado não tivessem a vontade de abrir. Temos que ter a responsabilidade de tentar entender o que está acontecendo. Eu tenho que, como parlamentar, ter responsabilidade ao falar algo”, afirmou o pedetista.

Dra. Silvana (PL), por sua vez, disse que o equipamento em Itapipoca encontra-se abandonado há vários anos, com apenas 10 leitos de mais de 200 funcionando no momento. “Nós fomos lá, não como um movimento de oposição, mas como deputados estaduais, que precisam alertar para uma situação de 30 anos de abandono daquele equipamento”.

De acordo com a parlamentar, o hospital é mantido por verbas públicas, e a população fica refém da destinação desses recursos. “Nós não queremos atrair a antipatia da gestão municipal. Nós fomos apenas fiscalizar esse hospital regional, pois tudo o que queremos é ver os hospitais funcionando, dando certo, sem vermos prefeitos pedindo dinheiro”, disse.

Carmelo Neto (PL) defendeu a fiscalização do funcionamento de equipamentos de saúde, como foi feita em Itapipoca. “Nós fomos fiscalizar um importante equipamento de saúde, que é um hospital fantasma, que não funciona e não atende a população de Itapipoca e do Ceará”, avaliou.

O deputado Antônio Henrique (PDT) considerou inadmissível que os recursos públicos não sejam destinados da maneira correta. “Nós temos ali em Itapipoca um equipamento belíssimo, com capacidade para atender mais de 200 pacientes sendo usado para apenas 10 leitos de UTI”.

SUS

Um dos líderes do Governo na Assembleia, Agenor Neto (MDB), parabenizou a Prefeitura de Itapipoca e assinalou que com a união de forças com Estado e Governo Federal, a saúde do Município deve prosperar. “O prefeito Felipe é um gestor pelo qual tenho uma profunda admiração. Sensível e presente nas comunidades, acompanha tudo que acontece no dia a dia do povo”.

Dra Silvana (PL), porém, lembrou ao colega que os leitos do hospital estão funcionando desde o Governo do ex-presidente Bolsonaro com recursos federais. De Assis Diniz (PT) e Fernando Hugo (PSD), por outro lado, defenderam a necessidade de reestruturar os valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). “Se essa tabela não for reajustada, a saúde será ruim em qualquer governo”, voltou a sinalizar Fernando Hugo.