Sargento Reginauro chegou a falar em vingança e perseguição. Renato Roseno rebateu posicionamento do colega. Foto: ALCE

A cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gerou embate entre deputados na Assembleia Legislativa, durante a sessão ordinária, na manhã desta quarta-feira (17). Enquanto bolsonaristas criticaram a ação e trataram o caso como “vingança”, parlamentares de esquerda destacaram que o devido processo legal foi respeitado e justiça foi feita.

O deputado Sargento Reginauro (UB) iniciou o debate sobre o tema e condenou a cassação do mandato do parlamentar do Paraná.  Na avaliação dele, o episódio pode ser avaliado como um “ataque à democracia” e “caça às bruxas” a políticos conservadores no País.

“O que estamos vendo no Brasil é uma caça às bruxas. Influenciadores de direita sendo calados nas redes sociais, deputados sendo presos e ‘tornozelados’, atropelando a própria Constituição. Não dá para confiar no Congresso como um todo, e no Poder Judiciário. O que nos resta agora é o povo brasileiro mostrar sua indignação e cobrar atitude, representatividade real”, defendeu.

Renato Roseno (PSOL), por outro lado, reconheceu o devido processo legal da ação e rebateu as falas de Reginauro. Segundo ele, a ação não tem relação com o partido, mas é uma decisão da Justiça Eleitoral. “A Justiça Eleitoral existe e resolve as disputas eleitorais. É assim no mundo democrático. Ele foi pego pela letra da lei”, destacou.

O socialista também lembrou o caso envolvendo quatro deputados do PL do Ceará e destacou que o papel da Justiça Eleitoral é tratar desse tipo de irregularidades. “O PL é alvo de quatro ações, entre elas, ações do Ministério Público Eleitoral. O mundo inteiro tem justiça eleitoral, uma justiça especializada para tratar disso. É a lei”.

Alvo de processo de cassação, a deputada Dra. Silvana (PL) protestou contra a cassação do registro de candidatura de Deltan Dallagnol. “Não ataco juiz e não comemoro alguém que com quase 400 mil votos caia no julgamento da ficha limpa, quando foi ele o maior desbravador da luta contra a corrupção nesse País. Foi danoso, medonho o que aconteceu com o Deltan”, lamentou.

Ficha Limpa

Guilherme Sampaio (PT), por sua vez,  lembrou que a discussão sobre os processos relacionados à cassação de mandatos é legítima e deve existir no Parlamento. Segundo lembrou, Dallagnol foi cassado com base na lei de Ficha Limpa. “Não foi nem pelo fato de ele ter combinado com um juiz o resultado de uma sentença, como aconteceu na Lava Jato”, observou.

As redes sociais também foram utilizadas por alguns políticos cearenses para se posicionarem sobre o caso. Eduardo Girão (NOVO), Capitão Wagner (UB), Carmelo Neto (PL), André Fernandes (PL), Dr. Jaziel (PL) e Priscila Costa (PL) lamentaram a cassação do mandato do deputado lavajatista. José Nobre Guimarães (PT) e De Assis Diniz (PT), por outro lado, comemoraram a ação.