Até o momento, o único nome citado publicamente por Lula foi o do advogado Cristiano Zanin, que o defendeu nos processos da operação Lava Jato. Foto: Reprodução/ Moizes Mendes

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, deixa nesta terça-feira, 11, o cargo, após ter antecipado em um mês sua aposentadoria. Ele completa 75 anos em 11 de maio, data em que seria aposentado compulsoriamente.

Lewandowski deixa o gabinete com um acervo deNão há prazo para a nova indicação., que devem ser herdados por seu sucessor. A partir de hoje, cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar um novo nome para a cadeira do ministro. Quando anunciou sua aposentadoria, o ministro disse não ter feito indicações a Lula.

Não há prazo para a nova indicação. Lula embarca nesta terça para a China, de onde retorna no próximo domingo, 16. Em café da manhã com jornalistas no início do mês, o presidente disse “não ter pressa” para fazer a indicação. “A escolha do substituto dele [Lewandowski] será feita por mim no momento que eu achar que tenha que fazer”, afirmou.

Até o momento, o único nome citado publicamente por Lula foi o do advogado Cristiano Zanin, que o defendeu nos processos da operação Lava Jato. Nas últimas semanas, intensificaram-se as pressões e campanhas por outros cotados, em especial uma mulher, preferencialmente negra. Lula, contudo, tem rejeitado assumir qualquer compromisso sobre o perfil do indicado.

Antes de assumir, o indicado pelo presidente deverá ser sabatinado na CCJ – Comissão de Constituição e Justiça do Senado e depois ser aprovado no plenário da Casa, por maioria absoluta (41 votos).

Na gaveta

Entre os processos deixados por Lewandowski, e que devem ser assumidos por seu sucessor, estão casos que interessam diretamente ao governo, como o que analisa travas para nomeações de políticos em empresas estatais.

No mês passado, o ministro concedeu uma liminar derrubando a quarentena de 36 meses imposta a dirigentes de partidos ou que tenham atuado em campanhas eleitorais para que pudessem ocupar esses cargos.

Outro caso sensível trata das acusações feitas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran contra Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Em um dos seus últimos atos como ministro, Lewandowski manteve a apuração no Supremo.

Ações ligadas à operação Spoofing, que investigou hackeamento de autoridades da Lava Jato, também estavam sob a relatoria de Lewandowski e devem passar ao seu sucessor.

Fonte: Migalhas