Os deputados Guilherme Sampaio e Carmelo Neto. assim como Larisa Gaspar, estavam até janeiro na Câmara Municipal de Fortaleza. Foto: ALCE

Os deputados Carmelo Neto (PL) e Guilherme Sampaio (PT) protagonizaram uma cena, no mínimo, inusitada durante a sessão ordinária na Assembleia Legislativa, ao final da sessão desta terça-feira (04) da sessão da Assembleia Legislativa, por conta de uma resposta dada por Carmelo à sua colega Larissa Gaspar, por críticas feitas a ele na internet. Ela não estava em plenário, como é de praxe (ela não demora no plenário). Egressos da Câmara Municipal de Fortaleza, os parlamentares (Carmelo e Guiulherme) discutiram para ver quem faz mais oposição ao Governo Sarto.

O embate teve início quando Carmelo criticou postagens da deputada Larissa Gaspar (PT) em suas redes sociais, que teria dito que o parlamentar estava “nervoso” por criticar o Governo de José Sarto. Ele tem criticado vereadores do PL por terem se aproximado da base aliada do prefeito.

O deputado lembrou que em 2020, no segundo turno do pleito eleitoral em Fortaleza, o Partido dos Trabalhadores, do qual Larissa é filiada, apoiou a candidatura de Sarto, enquanto que ele fez oposição. Salientou ainda que o ex-prefeito Ilário Marques (PT) foi secretário de Direitos Humanos da Prefeitura e que, apesar de ter votado contra a taxa de lixo na Capital, Larissa apoiou o aumento de ICMS proposto pelo governador Elmano de Freitas e lembrou o período em que Larissa serviu à administração do prefeito Roberto Cláudio.

“Não podemos votar diante das conveniências políticas. As minhas convicções eu não mudo. Eu posso dizer que votei contra a taxa de lixo do Sarto e contra o aumento do ICMS do Elmano, a excelentíssima deputada, não. A deputada foi coordenadora de políticas para mulheres do Governo Roberto Cláudio. Eu nunca tive cargo, nunca tive secretaria ou emprego daqueles que critico por coerência e convicção. Eu tenho coerência, eu tenho convicção. E gostaria de pedir respeito ao mandato desse parlamentar”, frisou.

Candidatura

Em resposta, o deputado Guilherme Sampaio, correligionário de Larissa. Ela não estava no plenário. A deputada, como aqui já foi registrado, não gosta de permanecer no plenário da Assembleia, só demora um pouco lá quando é convocada pela liderança do Governo para votar matéria de interesse do Executivo estadual, ou quando vai fazer um discurso, embora nunca espere para discutir com os colegas sobre as suas próprias falas. Guilherme ironizou o discursos de Carmelo, afirmando que o colega estava “muito sensível”. “Se cada vez que algum deputado considerar que outro ficou nervoso e isso afetar a sensibilidade do deputado, vamos precisar fazer uma terapia de grupo na Assembleia”.

Ainda de acordo com o petista, o PT defendeu voto em Sarto por razão política, visando derrotar o bolsonarismo na Capital. Disse que mantém as críticas ao prefeito, mas que preferiria apoiar a candidatura do prefeito eleito em 2020 “ao invés de um genocida, defensor de tortura”. “Esse bolsonarismo que se apropria de jóia e não tem explicação para dar à sociedade. Bolsonarismo genocida, culpado pela morte de milhares de pessoas na pandemia”.