Senador Eduardo Girão. Foto: Agência Senado.

O senador Eduardo Girão (Novo/CE) comemorou a instalação, na quarta-feira (12), da Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar. O grupo foi criado pela Resolução 13/2022 do Senado, após aprovação de um projetode autoria do parlamentar (PRS 11/2022).

Já a eleição do presidente da Frente foi adiada para a próxima reunião devido à ausência de alguns integrantes, que estão em viagem oficial à China.

Em pronunciamento no Plenário, o senador disse que, na prática, o jogo de azar não promove riqueza para a população. Ao contrário dos que dizem os defendem a atividade, esse modelo de negócio apenas transfere dinheiro de outros setores da economia, argumentou Girão.

“É uma canibalização que acontece, que afeta diretamente setores produtivos, bares, restaurantes, lojas, hotéis, cinemas, teatros, livrarias e até supermercados, que acabam impactados por tais práticas e veem sua renda sugada pela poderosa estrutura internacional da jogatina para beneficiar a poucos magnatas. Além disso, por conveniência, nunca se levam em conta os elevados custos sociais da legalização do jogo de azar”, declarou.

Girão lembrou, entre as desvantagens já citadas, a atuação de lobistas que não apenas defendem a jogatina, como distorcem a realidade dos fatos, apresentam números inflados e irreais para convencer a sociedade de que a atividade arrecada impostos, gera emprego, renda e incentiva o turismo. Acrescentou, ainda, que os cassinos estimulam o aumento considerável da patologia conhecida como ludopatia, o vício em jogos, que é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Os cassinos são projetados para levar seus visitantes à compulsão, apesar de venderem a falsa imagem de diversão e de superação da solidão, afora o sonho da possibilidade de ganhar algum dinheiro. Estudos recentes publicados pelo [jornal] The New York Times indicam que entre 50% e 80% dos ludopatas já pensaram em suicídio, e entre 13% a 20% realmente tentaram se matar”, afirmou, lembrando ainda que especialistas apontam os jogos de azar como uma “porta escancarada” para a lavagem do dinheiro oriundo da corrupção e do tráfico.

Fonte: Agência Senado