Foto: Ascom/TSE.

O dia é propício para uma profunda reflexão sobre o papel social do jornalista. Estamos consciente de que quase concomitantemente com o dever de informar bem e com correção, também devemos, em qualquer momento de nossa árdua missão, ter em mente a responsabilidade social com o resultado do nosso mister. Hoje, paradoxalmente com a modernidade dos tempos, o jornalista estamos cada vez mais sendo utilizado por inescrupulosos para que eles atinjam seus objetivos nem sempre nobres, quer na política como no mundo empresarial e outros campos.

As empresas de comunicação estão tolhendo os nossos trabalhos e aceitamos candidamente tal situação. E as empresas inibem a nossa produção, não com a censura que algumas impunham no passado, mas com as limitações dos meios de sairmos das redações para ouvirmos o grito do povo, compartilhar das suas agruras para melhor expô-las, inquirir as autoridades, e termos, ao final, o material para produzir a real boa informação. Hoje, presos às redações, o jornalista acaba sendo, involuntariamente, um dos grandes produtores da “meia informação”, ou até das notícias falsas, chamadas de Fake News.

Omiziados no imenso terreno da Internet, as lideranças nacionais, sobretudo as do Poder Público, raramente concedem entrevistas, evitando o questionamento de suas posições e de críticas às ações governamentais, em qualquer dos ambientes (municipal, estadual e federal). Eles mandam os famosos Wat-Aps para as redações ou para alguns jornalistas e, geralmente, sem a devida crítica, ou até apuração, tudo acaba sendo publicado. Assim agindo, além de prestarmos um desserviço à sociedade, estamos criando uma geração de profissionais acomodados e de redações falsas, em se comparando com as redações que produziam uma acurada produção jornalística.

Ainda é tempo de estancarmos essa corrida no caminho da ineficiente produção jornalística. E só depende de nós, os profissionais. As empresas de Comunicação não têm interesse na produção de um bom jornalismo. Este é realmente caro para o empresário que, só visando o lucro, esquece, também, do compromisso social da empresa.