Sarto durante solenidade no fim de semana, ao lado de vereadores aliados. Foto: Reprodução/Instagram

Todas as ações do prefeito Sarto daqui para frente serão vistas pela opinião pública como medidas que visam uma tentativa de disputa à reeleição no próximo ano, ainda mais diante do imbróglio pelo qual passam membros do seu partido, o PDT. Uma das estratégias mais perceptíveis nas últimas semanas têm sido uma maior proximidade do chefe do Executivo Municipal com os vereadores da Capital cearense.

Já no início do retorno dos trabalhos, em fevereiro passado, o prefeito afirmou que seus secretários deveriam dar maior atenção aos pleitos dos parlamentares, prometendo, inclusive, uma visita de auxiliares à Câmara por um período determinado. Na semana passada, o presidente da Casa esteve no Paço Municipal, retribuindo uma visita que Sarto havia feito à Casa Legislativa na semana anterior.

Cada vez mais vereadores têm participado de ações do Governo em diversos bairros da cidade e a defesa da gestão tem sido garantida na tribuna do Plenário Fausto Arruda com mais veemência. As mudança de estratégia do Governo teve início ainda no ano passado, quando o prefeito alterou os quadros da administração, levando de volta para a Casa os titulares de alguns mandatos que estavam no Governo.

Retornaram para a Câmara Raimundo Filho (PDT) e Michel Lins (Cidadania), e mais recentemente o suplente Iraguassu Filho (PDT) deixou a Funci para se somar aos outros parlamentares em defesa da gestão. Além disso, Sarto escolheu os experientes Carlos Mesquita (PDT) e Didi Mangueira (PDT) como líder e vice-líder do Governo na Casa.

Por último, diante dos posicionamentos contrários à gestão, Júlio Brizzi perdeu a liderança do PDT na Casa, que passou para Didi Mangueira. A oposição ao Governo, que chegou a ser dividida entre “oposição à esquerda” e “oposição bolsonarista” também foi se modelando ao longo dos anos.

Executivo

Os membros da chamada oposição bolsonarista tem evitado maiores confrontos com a gestão, alguns de seus membros até defendendo o prefeito Sarto, como ocorreu no caso do conflito entre o senador Cid Gomes e o chefe do Poder Executivo, na semana passada.

Já a oposição à esquerda perdeu dois de seus integrantes mais atuantes, os petistas Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio, que estão na Assembleia Legislativa, e ganhou, desde o fim do ano, o ingresso de Júlio Brizzi, Enfermeira Ana Paula (PDT) e Léo Couto (PSB). Somam-se a eles Adriana Nossa Cara e Gabriel Aguiar, ambos do PSOL. Do PT passam a atuar Dr. Vicente e Adriana Almeida, que assume vaga nesta terça-feira (07).

Mudança

Em tese, o prefeito Sarto teria uma base governista formada por 30 vereadores. No entanto, na prática, a sensação, desde o início do ano, na Casa e em suas redes sociais, é que o grupo se avolumou, visto a presença cada vez mais constante dos parlamentares em ações do Governo.

Outra mudança de postura de Sarto tem sido buscar estar descontraído em suas aparições públicas. Nas ações mais recentes, o prefeito têm, inclusive, utilizado os momentos de solenidades de lançamento de obras para usar o microfone e cantar, o que tem chamado a atenção, principalmente, nas redes sociais.

 

Oposição de esquerda a Sarto:

Adriana Nossa Cara (PSOL), Gabriel Aguiar (PSOL), Júlio Brizzi (PDT), Enfermeira Ana Paula (PDT), Léo Couto (PSB), Dr. Vicente (PT), Adriana Almeida (PT)

Oposição bolsonarista a Sarto:*

Márcio Martins (PROS), Julierme Sena (UB), Inspetor Alberto (PL), Priscila Costa (PL), Pedro Matos (PL)

Independentes

Danilo Lopes (Avante), Ronivaldo (sem partido)

Base Governista de Sarto:

Carlos Mesquita (PDT), Iraguassu Filho (PDT), Didi Mangueira (PDT), Paulo Martins (PDT), Gardel Rolim (PDT), Adail Júnior (PDT), Lúcio Bruno (PDT), Raimundo Filho (PDT), Stélio Frota (PDT), Kátia Rodrigues (Cidadania), Michel Lins (Cidadania), Profesor Enilson (Cidadania),José Freire (PSD), PP Cell (PSD), Jorge Pinheiro (PSDB), Cônsul do Povo (PSDB), Cláudia Gomes (PSDB), Didi Maravilha (PMB), Veríssimo Freitas (Republicanos), Ronaldo Martins (Republicanos), Ana Aracapé (PL), Tia Francisca (PL), Fábio Rubes (PSB), Eudes Bringel (PSB), Estrela Barros (Rede), Luciano Girão (PP), Emanuel Acrizio (PP), Marcelo Lemos (UB), Bruno Mesquita (PROS)

 

*foram eleitos pela oposição, mas têm atuado nas últimas semanas sem maiores conflitos com a gestão