Líder do PT na Casa, De Assis Diniz fez o contraponto às críticas feitas pelo deputado Carmelo Neto. Foto: Miguel Martins

Deputados da Assembleia Legislativa voltaram a debater os projetos do governador Elmano de Freitas que estão tramitando na Casa desde a última terça-feira (07). Enquanto a oposição critica o aumento do percentual do ICMS e a criação de novas secretarias, parlamentares da base governista destacaram os benefícios de medidas como o combate à fome e o mutirão para redução de filas para cirurgias eletivas.

Para o deputado Carmelo Neto (PL), o  aumento da alíquota-base do ICMS, de 18% para 20%, impactará as empresas que empregam no Estado, com risco de demissões e encerramento de atividades. “Quando se aumenta o preço do combustível, tudo aumenta na prática, pois tudo é transportado por meios que precisam desses combustíveis”, disse.

Ele também protestou contra a criação de novas secretarias e criticou o inchaço da máquina pública.“Uma mensagem que cria dez secretarias. Transforma três secretarias, já existentes, em dez. Isso é o inchaço da máquina pública. Representa o Estado inchado, ineficiente e pouco produtivo. Coloca ainda mais peso sobre as costas do povo cearense”.

Líder do PT, o deputado De Assis Diniz chamou de “seletiva” a indignação de Carmelo Neto com as ações do Governo Elmano. “Fico imaginando o tamanho da indignação do deputado, quando o Brasil assistia os irmãos de Manaus morrendo por falta de oxigênio. Sua perplexidade não reflete a realidade do que vivenciamos, ao longo dos últimos quatro anos”, apontou.

O petista apontou diversos pontos questionáveis da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, líder político de Carmelo Neto. “Essa sua indignação não traz o debate do enfrentamento da Covid ou da corrupção deste país. Da troca de ministérios por barras de ouro. Da rachadinha. Foram momentos pontuais? Mas podemos elencar vários deles. Inclusive a troca de superintendentes da polícia federal por seis vezes, quando alguma investigação avançava. Com a fome não tem indignação. Com a tribo Yanomami e suas condições desumanas não teve”.

ICMS

O líder do Governo, Romeu Aldigueri (PDT), também se pronunciou sobre o tema e destacou o equilíbrio fiscal do Estado. Segundo ele, as alterações no ICMS deveriam ter sido feitas em 2022, mas isso não foi necessário. “O Ceará está propondo isto apenas agora, exatamente porque antes não foi necessário”.

O deputado também elogiou a ideias do Executivo de criar secretarias. “A proposta do Governo é trazer todos para perto. Governar para todos. Vamos construir um Ceará melhor, respeitando as urnas”, afirmou. Renato Roseno (Psol) corroborou com o pedetista e defendeu as propostas encaminhadas pelo chefe do Poder Executivo.