O senador Tasso Jereissati foi um dos que acompanharam Roberto Cláudio no dia da votação, no primeiro turno das eleições de 2022

O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, foi explícito em sua primeira manifestação pública após a derrota nas eleições do ano passado, quando disputou e perdeu o Governo do Estado do Ceará para o hoje governador Elmano de Freitas e outros concorrentes. Segundo ele, deputados federais, estaduais, vereadores de Fortaleza e prefeitos do Interior cearense têm as mesmas suas ideias sobre o PDT ser oposição ao governador do Estado. O partido, oficialmente, ainda não decidiu se apoiará ou não a administração de Elmano, deverá fazê-lo nos próximos dias.

A tendência é que sua a tese seja a vencedora, pois entre os pedetistas mais influentes só o senador Cid Gomes, que ausentou-se totalmente da campanha passada, sinalizando inclusive apoios à Elmano, defende a manutenção da aliança do PDT com o PT, e, consequentemente o apoio do partido à gestão estadual iniciante. Roberto e Cid estão com as relações pessoais rompidas desde a campanha de 2022 e, dificilmente, voltarão a ter o mesmo relacionamento pessoal no futuro. Cid chegou a dizer, em determinado momento, que é inimigo de Roberto e do irmão deste, o senador suplente do próprio Cid, Prisco Bezerra.

Roberto, ao contrário do passado recente, não aceitará mais o comando de Cid. Com Ciro Gomes a situação é diferente: as relações pessoais e políticas deles estão mais consolidadas. Ciro também está bem distante de Cid e, ao que tudo indica, também não estarão juntos nas eleições municipais de 2024. Pessoas ligadas aos dois, embora ambos evitem tratar publicamente da animosidade entre eles, admitem que ficarão intrigados por mais alguns anos ou até a vida toda. Roberto e Ciro, hoje, têm o senador Tasso Jereissati (PSDB) como principal aliado político no Ceará. Domingos Filho, presidente estadual do PSD, também é aliado dos dois, mas não tanto quanto Tasso.

E nas eleições municipais próximas, a partir de Fortaleza, em nome dos dois (Ciro e Tasso),  Roberto Cláudio estará defendendo candidaturas de prefeitos em vários municípios do Interior cearense. Sairá com sua própria estrutura para preparar uma nova disputa ao Governo do Estado, provavelmente novamente com Elmano, ficando, na época, sem depender do comando de nem uma outra liderança político, pois aprendeu a lição no pleito de 2022, amargando, ainda hoje, embora em silêncio, o que considera como “traição”, o posicionamento daquele que era a principal liderança do grupo e que dizia ser o próprio Roberto o candidato natural do partido ao Governo do Estado, no caso o senador Cid Gomes.

Seja que tipo de oposição venha a fazer Roberto Cláudio (ele diz que será civilizada e propositiva), a política cearense ficará melhor. Ele e o Capitão Wagner (UB) não vão disputar posição como oposicionista, têm pensamentos bem diferenciados, mas os dois ocuparão importantes espaços na política cearense, e esta ficará melhor do que está hoje.