Lula bateu no último domingo (30) o recorde de votos em uma eleição brasileira. Foto: Reprodução

Não é preciso fazer muito esforço para descobrir por que a eleição presidencial de 2022 já entrou para a história do Brasil como a mais equilibrada de todos os tempos. E não foi apenas pelo fato de o vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva, ter levado a melhor com pouco mais de dois milhões de votos de vantagem sobre o derrotado, o presidente Jair Bolsonaro — uma diferença de menos de dois pontos percentuais nos votos válidos (50,9% a 49,1%).

O placar da votação nos estados foi emblemático: cada candidato venceu em 13 unidades da federação, com o Distrito Federal fazendo a balança pender para o lado de Bolsonaro.

O triunfo de Lula foi avassalador no Nordeste, já que ele venceu em todos os estados da região. Enquanto isso, Bolsonaro teve 100% de aproveitamento no Sul e no Centro-Oeste.

No Sudeste, o candidato que tentava a reeleição venceu no Espírito Santo, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Lula, por sua vez, ganhou por uma margem apertada em Minas Gerais, mantendo a tradição de que o candidato que consegue a maior votação entre os mineiros sempre vence o pleito.

Na Região Norte, Bolsonaro venceu no Acre, em Roraima, em Rondônia e no Amapá. Já Lula ganhou no Amazonas e no Pará.

Os 60.345.999 votos que Lula recebeu dos eleitores brasileiros neste domingo (já com 100% da apuração encerrada) são a maior votação de um candidato na história do Brasil. O recorde anterior era do próprio petista, em 2006, com 58,3 milhões de votos. Curiosamente, naquela eleição Lula derrotou no segundo turno Geraldo Alckmin, agora o seu vice-presidente.

Outra marca histórica já havia sido batida no primeiro turno, quando Lula recebeu 57 milhões de votos, contra 51 milhões de Bolsonaro. Até então, nenhum candidato havia ultrapassado a barreira dos 50 milhões ainda na primeira parte da eleição.

Abstenção em baixa

A abstenção, tema muito debatido nesta campanha eleitoral, surpreendeu pela modéstia neste domingo. Nas eleições brasileiras, ela costuma ser maior no segundo turno do que no primeiro, mas não foi o que ocorreu desta vez.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a abstenção de ontem (30) foi de 20,56%, uma marca um pouco menor do que a registrada no primeiro turno (20,95%). Ponto para o ministro Alexandre de Moraes, que durante a tarde disse que os bloqueios feitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em estradas do Nordeste não iriam afetar a votação.

Fonte: ConJur