André Fernandes demonstra desconhecimento do funcionamento do Poder Legislativo Federal. Foto: Reprodução/Instagram

Deputado federal mais votado no Ceará, André Fernandes (PL) foi o parlamentar do Estado que demonstrou a maior insatisfação com o resultado das urnas, no domingo (30), quando Lula foi eleito presidente do Brasil. O parlamentar, que assumirá uma das 22 vagas da Bancada Cearense na Câmara Federal no próximo ano, já fala em impeachment do líder petista, nem que para isso eu seja preciso morrer.

“Como deputado federal, juro pela minha vida que enfrentarei este bandido com todas as forças possíveis. Lula não governará! A nossa bancada dará a resposta. Se for preciso ser preso, eu serei! Se for preciso morrer, eu morrerei. Este bandido não vai concluir o seu plano no Brasil”, publicou Fernandes em suas redes sociais.

O parlamentar acredita que o bolsonarismo terá força para combater o Governo de Lula, a partir de 2023 e falou que o grupo alinhado com o presidente Jair Bolsonaro tem a maior bancada na Câmara Federal, no Senado e em estados estratégicos, como em São Paulo, com Tarcísio de Freitas. Fernandes, porém, não está levando em consideração as mudanças que o eixo político sofrerá a partir da posse do presidente eleito ou até antes disso.

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara Federal, Arthur Lira, já conversaram com Lula e sinalizaram proximidade e respeito entre as casas legislativas e o próximo Governo. Já Tarcísio de Freitas, governador eleito por São Paulo, chegou a falar, em entrevista coletiva, em “alinhamento” com a próxima gestão em defesa dos interesses da população do Estado.

André Fernandes demonstra desconhecimento do funcionamento do Poder Legislativo Federal. Quando eleito para a Assembleia Legislativa, em 2018, chegou a falar em “revogar” projetos “inúteis” já aprovados pela Casa, isso num universo de 46 parlamentares, a maioria da base governista. Não revogou qualquer proposta da Casa. Na Câmara, tende a ser um em um total de 513 deputados federais.

Divisão do País

O parlamentar convocou seus seguidores a não desanimar. Ele lembrou que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment ainda sem a existência do bolsonarismo como força política, garantindo, em sua avaliação, que o grupo terá forças para retirar Lula do poder.

“Temos a maioria na Câmara Federal, no Senado, governadores em estados estratégicos e ministros dentro do STF. Se lá atrás não tínhamos forças e conseguimos derrubar a ex-presidente, agora vamos derrubar esse bandido do Lula”, disse. “Convido meus deputados, vamos impichar o Lula. Vamos continuar a luta pelo nosso País”.

Apesar das críticas feitas, o deputado também se posicionou contra o que ele chamou de divisão do País, afirmando que a eleição de Lula não é “culpa” do Nordeste”. “Não é hora de dividir. O Crime não compensa. O Lula não vai ganhar. Deus está no controle”, afirmou.