Vereador Wagner Lobo defendeu o respeito às diferenças políticas e criticou quem defende atos ditatoriais. Foto: CMFor

Próximo do pleito deste ano, vereadores de Fortaleza demonstraram preocupação com a escalada de violência política que tem sido registrada nos últimos dias. Eles destacaram casos recentes ocorridos, inclusive, no Ceará, supostamente, entre eleitores de Lula e Jair Bolsonaro e defenderam a tolerância entre os diferentes.

“Estamos a quatro dias das eleições. Eleições em que vimos uma grande onda de violência espalhada pelo Brasil. Cheguei a refletir nesse processo todo se isso chegaria ao Ceará. Infelizmente, nesta semana, quando se aproxima o domingo, vimos dois casos absurdos de intolerância e violência política. A gente precisa refletir e trazer luz para isso e fazer diálogo de combate a esse tipo de violência”, defendeu Adriana Nossa Cara (PSOL).

Ela lembrou caso de um homem que foi esfaqueado no Município de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), após se dizer eleitor de Lula, e o caso de um motorista de uma candidata, assassinado no bairro Antônio Bezerra. “Não é justo que a gente normalize esse tipo de violência absurda. Não dá para aceitar que as pessoas tenham suas vidas ceifadas por afirmarem seus posicionamentos políticos”, lamentou.

A parlamentar defendeu, ainda, que a disputa eleitoral se encerra, mas a vida das pessoas deve continuar para que se possa continuar enfrentando os desafios do dia a dia. “Tenhamos respeito e sobretudo respeito no que diz a liberdade eleitoral. Vamos preservar o Ceará desse tipo de violência e dialogar com as pessoas ao nosso redor pela tolerância política”.

Ronivaldo Maia (sem partido) destacou ser necessário defender o direito de posicionamento político das pessoas, afirmando ainda que o pleito eleitoral é a “festa da democracia”, quando familiares e amigos se reúnem para trocar ideias sobre seus posicionamentos políticos. “No domingo, dia de eleição, também é um dia em que as famílias se encontram. Abrace seu irmão, abrace seu amigo, festeje com ele. É dessa maneira que acho que teremos um Brasil melhor para todos e todas”.

“A gente tem que entender que o fato de o outro defender o que é diferente não o torna nosso inimigo”, salientou Wagner Lobo (Repu). Ele afirmou que o momento político atual é tido como “uma verdadeira loucura”, e defendeu que as discussões se limitem ao campo das ideias. “Vamos excluir a violência desse tipo de discussão. Eu moro numa casa em que todo mundo é petista. Mas a gente tem que entender que a diferença existe até na casa da gente”.

O parlamentar lembrou que o Brasil passou, até recentemente, por um período de ditadura e destacou que não é possível aceitar esse tipo de normalização de períodos ditatoriais. “A democracia requer alternância de poder. Não é saudável ter os mesmos grupos à frente o tempo todo ou quebra de ciclo democrático quando se perde a eleição”, disse Wagner, que faz parte de grupo politico alinhado com o presidente Jair Bolsonaro.