Bolsonarista, Delegado Cavalcante é acusado de praticar apologia à violência e atos antidemocráticos. Foto: Reprodução/Instagram

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Ceará ingressou com representação no Ministério Público Federal (MPF) denunciando conduta do deputado Delegado Cavalcante (PL), que, em ato no dia 7 de setembro, afirmou “que nós vamos ganhar na bala”, caso Jair Bolsonaro perca as eleições para a Presidência da República nas urnas. O partido aponta que a declaração consiste em ameaça e apologia à violência.

Deputado disse que se Bolsonaro perder no voto ganhará “na bala”

No texto, o partido pede que o MPF “adote as providências cabíveis diante da conduta ilegal e atentatória ao estado democrático de direito”. No dia 7 de setembro de 2022, Cavalcante, que é candidato ao cargo de deputado federal, discursou em evento promovido por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus correligionários políticos. Além do discurso de apologia à violência, o candidato também fez ataques contra as urnas eletrônicas.

“Nós não vamos deixar que nosso presidente perca a eleição por (SIC) alguns ladrões que estão no poder e por terem as coisa (SIC) errada. Urna, urna ela tem que ser confiável. E o nosso presidente… a confiabilidade dessas urnas de má-confiança…”, disse Cavalcante. Na representação, o PSOL destaca que “é possível constatar, a partir do exposto, que o candidato fez uso, em sua fala, de meios publicitários que incitam a violência, o uso de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e social, bem como a desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública”.

No texto, o partido diz ainda que o candidato divulgou, em seu discurso, “conteúdo inverídico e sabidamente falso acerca das urnas eletrônicas, incitando os presentes a questionar a legitimidade do pleito eleitoral e o funcionamento dos órgãos públicos e das instituições democráticas”. Além disso, “os discursos proferidos pelo candidato denotam não apenas a prática de crime eleitoral e propaganda eleitoral irregular, como possuem gravidade para ensejar abuso de poder, fazendo-se necessária a intervenção” do MPF.

O partido pede, por meio da representação, a instauração de procedimento administrativo visando a apuração dos fatos e adoção de providências cabíveis para punir os responsáveis por atos atentatórios ao regime democrático e fazer cessar qualquer ameaça à integridade do processo eleitoral e ao sistema eletrônico de votação.