Quando bons amigos, Eunício era só alegria na frente de Ciro Gomes. Foto: Divulgação.

Com este título, o jornal o Estado de S. Paulo, em sua edição de quarta-feira (28), fala do afastamento de Ciro da campanha no Ceará, onde ele poderá ficar na terceira colocação, depois de Lula e Bolsonaro, como indicam as últimas pesquisas sobre a sucessão presidencial. E mais, a matéria do jornal paulista relata divergências políticas entre ele e os irmãos, embora registre uma opinião de um dos mais ferrenhos adversários do presidenciável, Eunício Oliveira, para quem os irmãos “não brigam entre eles”. Eunício, depois de Lula, é, sem dúvida, o político a quem Ciro tem feito acusações, deveras contundentes, sobretudo em relação à questão de honestidade.

Adversários políticos de Ciro, duvidam, enfatiza o periódico, “que haja um rompimento na família. O ex-senador Eunício Oliveira (MDB) vê o movimento como “jogo de cena” para garantir cargos, caso o PT ganhe o governo do Ceará. “Eles não brigam entre eles, não. Eles querem uma boquinha porque perderam o Brasil. O Ciro destruiu tudo, ninguém pode ser ministro de um nem de outro”.

O senador Cid Gomes, o principal articulador político do irmão, como já registrado neste espaço, está afastado da campanha desde quando ficou decidido que o candidato a governador do PDT, seria escolhido em uma votação do diretório estadual da agremiação. Cid fez, ao longo de todo o curso da campanha eleitoral, três pequenos eventos (dois em Sobral e um em Juazeiro do Norte, pregando adesivos de Ciro, da irmã Lia, candidata a deputada estadual e de Camilo Santana, candidato ao Senado. A diferença dos movimentos de Sobral para o de Juazeiro é que neste Município em vez de ele pregar adesivo de Lia, Cid pregou adesivos do seu sogro, o Dr. Leitão, candidato a deputado estadual em dobradinha com o ex-prefeito daquela cidade, José Arnon Bezerra.

Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, o principal incentivador, no comando da sigla, da candidatura de Roberto Cláudio ao Governo do Ceará, também foi ouvido na matéria do Estadão, par dizer que “Cid tem evitado seus contatos. “Não falo com ele há um bom tempo. Ele se licenciou do Senado. Logo no comecinho (do período eleitoral), liguei para ele e não respondeu. Não voltei a falar.” De fato, como também aqui registrado, o senador passou um tempo em isolamento total no seu sítio na Serra da Meruoca, próximo de Sobral, sem atender a ninguém. O próprio Ciro para ter contato com ele foi até a Meruoca, onde jantaram um “macarrão à bolonhesa”, feito pelo próprio Cid, como relataram pessoas mais próximas a Ciro.

Não é verdadeira a informação de Eunício de que é um “jogo de cena” o distanciamento dos irmãos Ciro e Cid Gomes. O ex-senador aproveitou o momento para “cutucar” Ciro. Os dois irmãos estão afastados politicamente na sucessão cearense, e a divisão é tão aberta que também separou parte dos seus liderados em Sobral, a principal base política da família, pois tem o grupo que apoia o discurso de Ciro, contra o PT, chamado de “Ferreira Gomes tradicional”, da época do Dr. José Euclides Ferreira Gomes, ex-prefeito de Sobral, e pai dos dois. E o grupo dos “Ferreira Gomes moderno”, seguidores do discurso do senador Cid e o irmão Ivo, hoje prefeito de Sobral. Os outros dois irmãos, Lia e Lúcio Gomes, este, secretário do Governo de Izolda Cela, estão alinhados com Ciro.

A separação dos irmãos é verdadeira e, sem dúvida, a situação eleitoral vexatória de Ciro no Ceará, nesta que ele diz ser a sua última campanha presidencial, é em razão da separação que já está resultando em prejuízo para ambos.

Confira o comentário do jornalista Edison Silva: