Banqueiros, artistas e empresários assinam um manifesto em defesa da democracia defendendo a integridade das eleições no Brasil e criticando os ataques feitos ao processo. O documento, organizado pela Faculdade de Direito da USP, será lançado nesta terça-feira (26), às 17h, na sala da diretoria, com a divulgação de todos os apoiadores.
Posteriormente, será lido pelo ministro aposentado do Supremo Celso de Mello em 11 de agosto.
Mais de 3 mil pessoas já assinaram o manifesto, entre banqueiros como Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles e Candido Bracher, ligados ao Itaú; os economistas Arminio Fraga e José Roberto Mendonça de Barros; o padre Júlio Lancelotti; e artistas como Chico Buarque, Alessandra Negrini, Arnaldo Antunes e Cazé Peçanha, entre muitos outros.
O texto do manifesto, divulgado pelo site Poder360, relembra a Carta aos Brasileiros original, que foi lida em agosto de 1977 e constituiu um dos marcos de oposição à ditadura civil-militar no país.
A nova carta faz a defesa do processo eletrônico de apuração, que tem “servido de exemplo no mundo”. As urnas, diz o texto, se mostraram “seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral”.
No entanto, “ao invés de uma festa cívica, estamos passando por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática”, ressalta o documento. “Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”.
A carta lembra o episódio de invasão do Capitólio nos Estados Unidos em uma tentativa de golpe para impedir a sucessão presidencial democrática, e defende que, da mesma forma que lá os movimentos golpistas não tiveram êxito, no Brasil também não terão.
O caráter suprapartidário do movimento é ressaltado no trecho que afirma que “sabemos deixar de lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática”. “No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições”, finaliza a carta.
Fonte: ConJur