Soldado Noélio apresentou levantamento sobre o aumento no número de homicídios no Ceará nos últimos 15 anos. Foto: ALECE.

Durante votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que versa sobre mudanças na organização da Polícia Forense do Ceará (Pefoce), os deputados da Assembleia Legislativa voltaram a discutir questões relacionadas à Segurança Pública do Estado. Enquanto a oposição destacou o aumento da violência nos últimos 15 anos, a base governista se defendeu, afirmando que os índices de criminalidade, ocasionados pelas chamadas “faccões criminosas”, vêm aumentando em todo o País.

Para o deputado Soldado Noélio (UB), a violência vem aumentando no Ceará desde o primeiro ano do mandato do Governo Cid Gomes, em 2007. Ele apresentou um levantamento do número de homicídios no Ceará que chegaram a 1.792 ocorrências no fim de 2006, e passou para 4.626 no último ano de mandato do ex-governador. Segundo ele, em 2017, já na gestão Camilo Santana, foram 5.114 mortes.

“Me expliquem isso. No Governo Camilo Santana que vocês apoiam. No Governo Bolsonaro, os índices estão sendo reduzidos. Eles gostam de criticar a oposição, mas eu mandei R$ 1 milhão de emenda parlamentar para a Segurança e até agora nem o governador Camilo e nem a governadora Izolda liberaram. Eles estão preocupados com a Segurança?”, indagou.

O deputado Salmito Filho (PDT), por sua vez, lembrou que as facções criminosas estão atuando em todo o Brasil. Segundo ele, o presidente da República, Jair Bolsonaro, seria o responsável por fiscalizar a entrada de drogas no Brasil, que é o principal produto comercializado por esses grupos. “O presidente do deputado Noélio e do deputado Delegado Cavalcante não toma providências. E vem cobrar do governador Camilo, da governadora Izolda, achando que a população é desinformada”, disse.

Ele destacou, ainda, que as facções utilizam armas de fogo que são obtidas de forma ilegal, também entrando pelas fronteiras. “São esses que estão cobrando a Segurança Pública para o povo do Ceará? Não diziam que o presidente que apontava armas com os dedos iria resolver os problemas da Segurança Pública, pois ele está no último ano do mandato”, disparou.

Elmano de Freitas (PT), por sua vez, destacou que a questão da Segurança Pública é uma problemática que deve ser levada em consideração por todos os entes da Federação. Ele também lamentou o fato de governos do Partido dos Trabalhadores não terem conseguido diminuir o aumento da violência no País.

“As facções atuam no Ceará e no Brasil inteiro. Não fomos capazes de vencer as facções no País. Não fomos capazes de elaborar uma política de segurança pública para o País. Tenhamos humildade de dizer que esse é um problema no País inteiro. Precisamos colocar inteligência para pensar outra política de Segurança”, defendeu o petista.