Marcos Sobreira quer ouvir presidente da APS e Salmito confirma prorrogação dos trabalhos da CPI. Foto: ALECE.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga o destino dos recursos recebidos pelas associações de militares do Ceará aprovou, na manhã desta terça-feira (31), convite para novo depoimento do presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), o policial militar Cleyber Araújo.

De acordo com o autor do requerimento, o deputado Marcos Sobreira (PDT), o objetivo do convite visa sanar algumas dúvidas documentais e fáticas que surgiram durante o processo de investigação.

A APS foi criada pelo deputado federal Capitão Wagner (UB) e já foi presidida por ele e pelo vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro (UB). O deputado estadual Soldado Noélio (UB), membro da CPI, também atuou na direção da associação. Por esse motivo, ele e seus pares acreditam que a CPI tem motivação eleitoral, visto que Wagner é pretenso candidato ao Governo do Estado do Ceará.

Em justificativa para o convite, o deputado Marcos Sobreira afirmou que oitivas e visitas foram feitas às associações, mas próximo da fase final de trabalhos, segundo disse, ao verificar alguns documentos e análises da CPI, percebeu-se que algumas dúvidas precisam ser clareadas.

“Senti ser prudente (fazer o convite) neste momento para esclarecer a população cearense e a gloriosa corporação dos militares. Para que a gente tenha oportunidade de convidar o presidente da APS novamente, para sanar todas as dúvidas que ainda restam a mim e a outros membros da CPI”, disse.

O presidente da APS, Cleyber Barbosa de Araújo, foi ouvido na CPI em 05 de abril passado, quando negou que a entidade tenha participado, financiado ou motivado a paralisação de parte da Polícia Militar em 2020.

Relatório

A CPI deve ter a conclusão de seus trabalhos prorrogada, segundo informou o presidente do colegiado, o deputado Salmito Filho (PDT). Segundo ele, a Procuradoria da Casa já apresentou parecer favorável. “Eu imaginava que não fosse mais necessário, mas o tempo não foi suficiente”, disse.

Salmito observa ainda que a renovação de prazo tem o objetivo de respeitar o processo formal, ter tempo suficiente para, se preciso, ouvir mais alguém, e o relator apresentar o seu relatório.  “Tivemos uma primeira fase importante, de colher informações; a segunda de ouvir depoimentos; e essa fase final para fechar, o deputado relator apresentar o relatório e os demais membros avaliarem e conhecerem esse relatório”.