CPI ouviu presidentes das seis associações de militares, segundo informou o presidente deputado Salmito Filho. Foto: ALECE.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, que investiga as associações de militares do Ceará, e possível envolvimento com motins realizado no Estado, ouviu, nesta terça-feira (03), quatro presidentes dessas entidades. Com isso, o colegiado conclui esta etapa de oitivas com os dirigentes das instituições.

Os depoimentos da reunião abordaram a participação dos presidentes e associações no acordo com o Governo do Estado antes do motim de policiais e bombeiros militares em 2020 e nas paralisações anteriores de 2011/2012. O presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece), Sargento Pedro Queiroz da Silva, foi o primeiro a ser ouvido e garantiu que a instituição não participou dos atos de ocupação de batalhões ou tomadas de viaturas durante a última paralisação.

Quanto a um possível chamamento para o motim, o depoente garantiu que “não houve qualquer convite, direta ou indiretamente, para participar de algum movimento paredista no Ceará”. Segundo ele, o deputado federal Capitão Wagner teria participado de algumas reuniões, mas na condição de parlamentar. “Como Capitão Wagner eu creio que não tenha ido, mas como parlamentar do Congresso Nacional, para conversar com os colegas, ver se haveria alguma possibilidade de ter recuo naquele momento”.

O deputado Marcos Sobreira (PDT) perguntou ao presidente da Aspramece se ele sabia quem eram os líderes do motim de 2012. Em resposta, Queiroz afirmou que eram Capitão Wagner, Cabo Sabino, ele e Nina Carvalho.

O segundo depoente ouvido pela CPI foi o presidente da Associação Beneficente dos Subtenentes e Sargentos PM/BM do Estado do Ceará (ABSS-CE), capitão Antônio Nicomedes Santabaia Nogueira Neto. Ele afirmou que a entidade que preside não participou de nenhum movimento de paralisação realizado em 2020, que aconteceu mesmo após as negociações.

A CPI também tomou o depoimento do presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará, Homero Catunda Batista. Ele ressaltou que as restrições aplicadas aos militares, como proibição de realizar greve ou se sindicalizar, são aplicadas para garantir determinados direitos quando se aposentam, como o salário integral e paridade com o salário da ativa. “Nós jamais iríamos ser a favor de qualquer conduta, qualquer ato que seja contra a lei e a Constituição Federal”, disse.

O último depoente foi Emerson Carlos Lira de Araújo, presidente da Associação dos Praças da Região do Cariri (Aspramec), que declarou que a entidade não ajudou, não apoiou, nem financiou ações de tomada de batalhão ou viaturas por policiais e declarou que não tem conhecimento de participação de pessoas da entidade nessas ações.

Veja fala do deputado Delegado Cavalcante durante a reunião:

O presidente da CPI, o deputado Salmito Filho (PDT), afirmou que a etapa de oitivas com os presidentes das associações foi concluída. Ele, porém, não sinalizou quais serão os próximos passos do colegiado. No entanto, o grupo voltará a se reunir na próxima terça-feira (10), a partir das 9 horas, no Complexo das Comissões.

Antes, Salmito deu uma resposta ao deputado Delegado Cavalcante. Veja: