Presidente da CPI, o deputado Salmito Filho (ao centro), parabenizou o sargento Clébio Eliziano Queiroz pela condução dos trabalhos à frente da ASPRA-CE. Foto: ALECE.

O presidente da Associação das Praças do Estado do Ceará (Aspra-CE), o sargento Clébio Eliziano Queiroz, afirmou, na manhã desta terça-feira (26), à “CPI do Motim” da Assembleia Legislativa, que não recebeu qualquer pressão política para participar da greve de militares ocorrida em 2020 no Estado.

Segundo ele, naquele ano quase mil agentes deixaram a entidade após sua direção negar participação em qualquer movimento paredista.

Eliziano Queiroz é o quinto militar ouvido pela CPI, que tem como objetivo avaliar possível participação de associações de militares no financiamento de motins ocorridos no Ceará.

O deputado Soldado Noélio (UB), autor do requerimento de convite ao dirigente, questionou se ele recebeu alguma pressão do deputado federal Capitão Wagner (UB) ou do vereador Sargento Reginauro (UB) para participar da greve de 2020. Tanto Wagner quanto Reginauro presidiram a Associação dos Profissionais de Segurança (APS).

De acordo com Eliziano Queiroz, no caso específico de 2020, não houve pressão para adesão ao motim nem a ele ou à diretoria. “Nesse caso especificamente, a minha pessoa e nossa diretoria não recebemos nenhum convite. Nossa participação encerrou-se no vosso gabinete, dizendo que o acordo não foi satisfatório mas foi o que a máquina podia nos oferecer, e demos por encerrada nossa participação”.

Ainda de acordo com ele, por manter um posicionamento contrário à paralisação, a entidade sofreu com a saída de quase mil associados, inclusive, com diversas mensagens criticando a posição da Associação. “Nós respeitamos a opinião do associado, mas nós perdemos muitos associados. Cerca de quase mil associados. E nós sabíamos o que estavam passando, mas a associação, uma das mais antigas do nosso Estado, sempre conversou e acompanhou o processo”.

“Nós não participamos e continuamos nosso trabalho. Prova é que a Aspra não parou. Só tudo que parou foi o nosso clube, mas nós continuamos atendendo ao associado de segunda a sexta na sede da associação aqui em Fortaleza e também no interior do Estado” – (Eliziano Queiroz)

O deputado Osmar Baquit (PDT) insinuou que outras entidades de classe teriam financiado o motim, diferente do que teria ocorrido na Aspra. “Quando se usa dinheiro com honestidade, para fins da associação, os recursos, mesmo poucos, funcionam. Mas pagar R$ 400 mil a um advogado que não fez a defesa, aí todo dinheiro é pouco”, ironizou.

O presidente da CPI, o deputado Salmito Filho (PDT), parabenizou a associação pelo trabalho, destacando que a Comissão foi constituída para apresentar erros, mas também os acertos. Ele também confirmou que os membros da CPI devem visitar as unidades da Aspra em Fortaleza.

Veja fala do deputado Salmito:

Na próxima terça-feira (03), a partir das 9 horas, a CPI do Motim vai ouvir os presidentes da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, a Assof, Homero Catunda; da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ABSS), tenente Euriano Santabaia; da Associação dos Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (Aspramece), Pedro Queiroz Silva; e da Associação dos Praças da Região do Cariri, tenente Nascimento. Todos os convites foram feitos a pedido do deputado Soldado Noélio.