Fernanda Pessoa e Júlio César Filho replicam na Assembleia disputa política em Maracanaú. Foto: ALECE.

Já há algum tempo os deputados Júlio César Filho (Cidadania), líder do Governo Camilo Santana na Assembleia Legislativa do Ceará, e Fernanda Pessoa (PSDB), integrante da bancada de oposição na Casa, travam uma disputa no Plenário 13 de Maio, que tem como pano de fundo o município de Maracanaú, na Grande Fortaleza. A greve dos professores da rede pública municipal tem se revelado como mais um capítulo na briga entre os dois grupos antagonistas.

Durante pronunciamento feito na quinta-feira (17), em que fez a defesa do piso salarial dos professores de Maracanaú, abaixo do valor estabelecido nacionalmente, a deputada Fernanda Pessoa, filha do prefeito Roberto Pessoa (PSDB), chegou a dizer que Júlio César Filho atuava como um “urubu” diante a greve, que ela denominou como ilegal.

Júlio, por sua vez, apresentou e a Casa aprovou uma moção de apoio ao Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação do Maracanaú.

“O líder do Governo permanece em silêncio sobre os problemas que prejudicam o Maracanaú, aproveitando-se da situação da greve ilegal dos professores, portando-se como um urubu. Diante dessas situações deve-se ter responsabilidade. Meu mandato é pautado por responsabilidade, faço oposição responsável, nunca fui leviana, muito pelo contrário”, disparou Fernanda na ocasião.

“O município de Maracanaú não está pagando abaixo do piso, está atendendo o piso nacional. Todos os valores são retroativos a janeiro de 2022. O piso nacional está sendo atendido e respeitado. Falando sobre retrospectiva, nos anos do Governo Júlio César, foram oito anos sem aumento algum para os professores. E quando saiu, em 2004, os professores estavam em greve”, disse Fernando Pessoa, lembrando a gestão do então prefeito Júlio César, pai do líder do Governo Camilo Santana.

Júlio César Filho retrucou as falas de Fernanda Pessoa, se colocando ao lado dos grevistas. “Ela chegou a dizer que existia um monte de urubu em cima da carniça. Chamou quem apoia os professores de urubu e os professores de carniça. É isso? É bom pegar a gravação. Ela fez um discurso lindo aqui. Não sei se foi o Roberto Pessoa quem mandou ou foi a assessoria, porque ela leu tudo. Os professores aqui são carniça e quem apoia eles é urubu?”, questionou o líder do Governo.

Ainda durante a sessão, a Assembleia Legislativa aprovou uma moção de apoio à greve dos professores do município de Maracanaú pelo cumprimento do reajuste linear de 33,24% do piso nacional do magistério. A iniciativa, de autoria do líder do governo, contou com apoio de outros parlamentares que subscreveram o documento.

Apoiadores

“É legítima a luta dos professores pelo o reajuste de 33,24% na carreira, definido pelo Piso Nacional do Magistério. A categoria reivindica ainda o cumprimento do plano de cargos e carreiras, aprovado em 2018, e que ate hoje não tem sido colocado em prática. Valorizar a educação começa pelo reconhecimento aos profissionais da educação”, destaca o parlamentar.

Na tribuna, a Dep. Fernanda Pessoa (PSDB) defendeu a prefeitura de Maracanaú, criticou os apoiadores da greve e ressaltou a ilegalidade da paralisação. Em resposta, Júlio César Filho ressaltou que a greve é legítima e legal atendendo todos os requisitos exigidos, apesar da decisão da Justiça favorável à prefeitura.