No Ceará, Girão é o principal apoiador de uma candidatura do ex-juiz à Presidência da República. Foto: Agência Senado.

Principal nome de apoio à pré-candidatura do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (Podemos), no Ceará, o senador Eduardo Girão (Podemos) chamou de “explícita perseguição política” a tentativa de deputados da Câmara Federal instalem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar eventual conflito de interesse na época em que o ex-juiz trabalhou na empresa Alvarez & Marsal. São necessárias 171 assinaturas para instalação da CPI.

“O “Fator Moro” continua impactando fortemente no cenário das próximas eleições para a presidência da República. Tanto que a Câmara dos Deputados esboça a criação da “CPI da vingança” contra o pré-candidato independente Sérgio Moro. De acordo com ele, “a turma do bilionário orçamento secreto, fundão da vergonha que sabotou o pacote anticrime, persegue o ex-juiz em ano eleitoral”. O senador disse, ainda, que a Câmara quer transformar herói em vilão “por vingança e poder”.

“Ao meu ver, tal comissão parlamentar de inquérito teria todas as características de uma implacável e explícita perseguição política em ano eleitoral. Seria a desmoralização completa de nosso Congresso, já tão desacreditado perante o cidadão de bem brasileiro, provando sua subserviência a um Governo que, infelizmente, abraça o Centrão e ao PT na sabotagem do enfrentamento à corrupção além de perpetuar velhas práticas da barganha politiqueira”, afirmou Girão.

Ele citou ainda que o presidente Bolsonaro não tem cumprido com as bandeiras defendidas durante a campanha política de 2018, destacando o que denominou de “fundão da vergonha” de quase R$ 5 bilhões; orçamento secreto na chamada emenda do relator de R$ 16 bilhões; e pacote anticrime que não foi votado como defendia o grupo do ex-juiz Sérgio Moro.

De acordo com o senador, governistas e oposição se juntaram para derrotar seu requerimento na CPI do ano passado, no Senado, em que visava ouvir o diretor geral da Polícia Federal sobre operações da instituição sobre os recursos enviados a Estados e Municípios. “Fui voto vencido. O único. Pois não é que se uniram novamente para transformar “herói em vilão” por puro projeto de poder? Uma inversão completa de valores. Entretanto, a justiça e a verdade vão prevalecer e Moro crescerá com essa “caçada” pois a população não é tola e está percebendo por que isso tudo está acontecendo justamente agora”, disse.

Entenda

No sábado (22) passado, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes, afirmou que o partido avalia pedir uma CPI para investigar o trabalho de Sérgio Moro para a consultoria Alvarez & Marsal. Integrantes do Centrão consideram apoiar a investigação sobre. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) retirou o sigilo dos documentos do processo.