Senadores apontaram que Marconny e o ex-secretário da Anvisa, José Ricardo Santana, teriam conversado sobre processo de contratação de 12 milhões de testes de COVID-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos. Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A CPI da Pandemia ouve na próxima quarta-feira (15), às 9h30, o advogado Marconny Albernaz de Faria, suspeito de ter atuado como lobista da Precisa Medicamentos na tentativa de venda da vacina Coxavin para o Ministério da Saúde.

Depois de faltar à primeira data marcada para o seu depoimento e da possibilidade de condução coercitiva, Marcos Tolentino, o depoente desta terça-feira (14) chegou ao Senado, onde será ouvido pela CPI. O início da sessão de hoje está atrasado.

O depoimento de amanhã foi solicitado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Marconny deveria ter sido ouvido pela CPI em 2 de setembro, mas apresentou um atestado médico e não compareceu à audiência. O atestado acabou sendo anulado pelo próprio médico que o concedeu.

O advogado também havia recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não depor, mas o pedido foi negado. Caso não compareça à sessão sem justificar a ausência, ele poderá ser conduzido coercitivamente à Comissão. A juíza Pollyanna Kelly Martins Alves deferiu o pedido com esse objetivo feito pela comissão, por meio da Advocacia do Senado Federal (Advosf).

O colegiado obteve mensagens trocadas entre Marconny e o ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana. Na conversa, Santana menciona que conheceu o suposto lobista da Precisa na casa de Karina Kufa, advogada do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Senadores apontaram que Santana e Marconny teriam conversado sobre processo de contratação de 12 milhões de testes de COVID-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa. Uma das mensagens trocadas aponta que ”um senador” poderia ajudar a ”desatar o nó” do processo.

Randolfe Rodrigues aponta que essas e outras mensagens reforçam a existência de um mercado interno no Ministério da Saúde que busca facilitar compras públicas e beneficiar empresas, assim como o poder de influência da empresa Precisa Medicamentos antes da negociação da vacina Covaxin.

Habeas corpus

No início deste mês, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu habeas corpus a Marconny Faria e garantiu-lhe o direito ao silêncio em questionamentos que gerem provas contra ele, além do direito de ser assistido por um advogado em seu comparecimento à CPI da Pandemia.

Fonte: Agência Senado