O autor do requerimento, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), destacou a importância das festas juninas. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.

O Plenário do Senado comemorou nesta sexta-feira (02/7), em sessão especial remota, o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino, comemorado anualmente em 27 de junho. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que pediu a homenagem, presidiu a reunião e destacou a importância das festas juninas e de seus fãs e participantes para a vida cultural e social do país.

Segundo o senador, mais de 30 milhões de brasileiros participam de festejos juninos todos os anos. Por sugestão dos participantes, Izalci disse que vai pedir uma audiência pública no Senado para debater o movimento junino.

— Embora estejamos passando por uma crise inimaginável com a pandemia do coronavírus, a esperança por dias melhores já está voltando aos corações e mentes dos brasileiros. Tenho certeza de que sairemos dessa pandemia e nossas celebrações voltarão brevemente, porque somos um povo forte, guerreiro e temos uma fé inquebrantável. Dias melhores virão e vamos celebrar com nossas quadrilhas as festas juninas e em cada canto deste país. O Brasil vai ultrapassar essa crise e voltaremos a festejar a nossa cultura e nossas tradições — disse Izalci.

Também participaram da homenagem os senadores Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e Nilda Gondim (MDB-PB).

Veneziano afirmou que as festas juninas têm grande importância econômica.

— Nós, aqui do Nordeste, bem sabemos o quão importante ela é, o quanto ela envolve. Nos campeonatos, nos torneios, nos congressos em que as nossas quadrilhas, com os seus participantes, estão a embelezar e a levar essa cultura fortíssima da nossa região, que são os festejos. E, dentro desses festejos, uma das mais empolgantes referências é exatamente a quadrilha junina. Eu tive a honra, a grande honra, de ter sido prefeito de Campina Grande por oito anos. E Campina Grande celebra, com o respeito que todas as demais outras cidades também sempre haverão de ter, uma festa gigantesca! São 30 dias. A gente lamenta que, em razão destas deploráveis situações de não podermos brincar, não estamos a realizar o maior São João do mundo. E a gente sabe exatamente o quão importante é essa festa — disse Veneziano.

A senadora Nilda Gondim disse esperar que os brasileiros voltarão a comemorar as festas juninas.

— Todos os anos, na época da gestão de Veneziano prefeito, nós fazíamos também os casamentos juninos. Eram 100…, 120 casais, casando no dia de São João. Era a coisa mais linda! Mas eu tenho fé e acredito que haveremos de voltar a festejar o São João, o São Pedro, o Santo Antônio, com esse entusiasmo que faz parte do nordestino e do brasileiro. Como está fazendo falta, não só falta pela beleza, pela alegria contagiante, mas falta também porque era uma forma de ajudar a todos os quadrilheiros, a todos. As nossas quadrilhas, tão lindas, que se apresentavam com tanto encanto, com tanta beleza — disse Nilda Gondim.

Michelly Miguel, presidente da Federação de Quadrilhas Juninas e Similares do Estado de Pernambuco (Fequajupe) afirmou que há muitas quadrilhas juninas que trabalham o ano inteiro, não apenas costurando e ensaiando, mas também com ações sociais e culturais junto às famílias e comunidades. Ela disse que muitas quadrilhas fizeram arraiais virtuais devido à pandemia e pediu mais apoio do Parlamento.

— O movimento junino é um movimento que não é apenas a dança, o espetáculo, aquilo que a gente vê no arraial. O movimento junino trabalha o ano inteiro. Dentro das nossas quadrilhas, nós trabalhamos a educação, a ação social, a saúde e a cultura popular. Somos verdadeiros fazedores de cultura. Então, esta homenagem do Dia Nacional do Quadrilheiro, para nós, é uma coisa que a gente espera todo ano. Este ano, com a pandemia, infelizmente nós não pudemos comemorar dentro dos arraiais, que é o que a gente realmente gosta — disse Michelly.

Vilma Campos Paz Bezerra, presidente da Quadrilha Chapéu de Palha, criada em 1983, disse que o movimento junino também  é educativo e ajuda crianças de baixa renda.

— Eu comecei neste movimento fundando uma quadrilha para animar a minha comunidade. Jamais eu pensei que ia ter um crescimento tão grande dentro do Distrito Federal. Gente, este movimento é lindo demais. A pessoa que bem entendesse, participaria, ajudaria e não fazia comentários que, em vez de nos engrandecer, nos diminuem. Eu sei a batalha que tive e a batalha que muitos quadrilheiros têm passado para manter a sua quadrilha ainda em pé. Eu faço quadrilha não é por dinheiro, não é por interesse a nada. É simplesmente porque eu amo. Eu amo ser quadrilheira! Eu amo fazer quadrilha! É um movimento que traz cultura, traz histórias — afirmou Vilma.

Fonte: Agência Senado.