Alejandro Domínguez é o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol. Foto: Rep/Redes Sociais.

Na manhã desta segunda-feira (31), a Conmebol – Confederação Sul-Americana de Futebol, através das redes sociais, confirmou que a Copa América de 2021 será sediada pelo Brasil.

A Copa América ocorrerá entre os dias 13 de junho e 10 de julho, com a participação de 10 seleções divididas em dois grupos.

Após o anúncio, a classe política manifestou-se. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), criticou a decisão do Governo Federal em aceitar a proposta de sediar o campeonato no Brasil.

Bolsonaro demora meses para responder ofertas de vacinas contra Covid, mas leva horas para aceitar que a Copa América aconteça no Brasil. Prioridades bem definidas de um governo genocida! A CPI DA COVID tem que agir preventivamente. Convocar o presidente da CBF e as autoridades esportivas para saber quais os cuidados que serão tomados para realização da Copa América. A questão não é gostar ou não gostar de futebol. Eu adoro! A questão é não brincar com a vida dos brasileiros. E não fazer demagogia a troco da morte de inocentes”, escreveu o pedetista.

Renan Calheiros (MDB/AL), relator da CPI da Covid no Senado Federal, foi outro a condenar o anúncio. “Com mais de 462 mil mortes sediar a Copa América é um campeonato da morte. Sindicato de negacionistas: governo, Conmebol e CBF. As ofertas de vacinas mofaram em gavetas mas o ok para o torneio foi ágil. Escárnio”, disse o emedebista.

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP), afirmou que protocolou um requerimento para convocar o presidente da CBF, Rogério Caboclo, para comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito.

“Estou protocolando requerimento convocando o Presidente da CBF na CPI da Pandemia, é necessário saber quais as medidas foram planejadas para garantir segurança sanitária aos brasileiros diante da realização da Copa América com tanta celeridade em nosso país. Não temos a menor condição de sediar uma Copa neste momento de pandemia no país! Sou amante do futebol, mas sou defensor da VIDA! Se o Presidente tivesse tido essa agilidade p/ responder à Pfizer como foi com a Conmebol, certamente poderíamos estar recebendo esse evento. Se realizado o evento será uma afronta às mais de 450 mil vidas que perdemos para a COVID-19 no Brasil! Foram nove meses para responder a Pfizer e trinta minutos para responder Conmebol são bem estranhas as prioridades deste governo no enfrentamento da Pandemia da COVID-19″.

Guilherme Boulos (PSOL), presidenciável nas Eleições Presidenciais de 2018, também fez coro a Ciro e Renan. “A Argentina, com 77 mil mortos, se negou a sediar a Copa America. O Brasil, com 462 mil mortos, aceitou. É um deboche com o nosso povo”, citou o socialista.

Argentina

Inicialmente, o torneio seria realizado na Argentina. Entretanto, com o aumento dos casos do novo coronavírus (Covid-19) em terras argentinas, o governo local decidiu não realizar o campeonato.

O Ministro do Interior da Argentina, Wado de Pedro, através de um comunicado, confirmou que não teria condições de sediar o torneio pela piora da pandemia. Com aproximadamente 45 milhões de habitantes, a Argentina já registrou mais de 3,6 milhões de casos da doença e 76 mil mortes causadas pelo vírus.

Além da Argentina, a previsão inicial da Conmebol era fazer o torneio também na Colômbia, que tinha desistido anteriormente pela grave crise social que tomou conta do país.

Com informações da Agência Brasil.