Júlio Brizzi criticou seus colegas de parlamento que insistem em fazer defesa das ações do presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Youtube.

O depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, à CPI da Covid-19 foi tema de pronunciamentos por vereadores de Fortaleza, durante sessão extraordinária virtual, nesta quinta-feira (13). De acordo com alguns parlamentares, as negativas do Governo Federal para a aquisição dos insumos contribuíram para a morte de milhares de brasileiros.

Júlio Brizzi (PDT) destacou que diversos testemunhos reforçam “uma postura criminosa” dos agentes públicos do Governo Federal.  Ele destacou que a Pfizer ofereceu, desde maio do ano passado, vacinas para o Governo Federal, totalizando ao menos 70 milhões de doses na ocasião, podendo ter sido distribuídas até maio ao menos 18,5 milhões de imunizantes, que serviriam para atender até 9 milhões de brasileiros.

“Quem estava negociando com a empresa era o filho do presidente, que é vereador do Rio de Janeiro e o assessor para assuntos internacionais, que faz gestos de extremistas brancos”, apontou o parlamentar, após informação passada pelo executivo da Pfizer. Segundo o pedetista, Chile, México, Costa Rica e Estados Unidos negociaram com a empresa ainda em dezembro, mesma data em que o Brasil receberia os insumos.

“O Governo queria colocar, via decreto, um remédio que não tem efeito positivo contra a Covid. Isso é gravíssimo. Quantas pessoas já morreram, quantas pessoas foram prejudicadas. Olha o tamanho desse elemento. É uma pessoa minúscula. O Chile começou a vacinar em dezembro e os Estados Unidos também, no dia 14”, disse.

Em defesa do Governo Federal, o vereador Sargento Reginauro (PROS) afirmou que narrativas vão sendo repetidas e acabam por se configurar como verdadeiras. De acordo com ele, o Chile só começou a vacinar sua população em fevereiro, enquanto que os Estados Unidos o fizeram em dezembro porque são produtores de insumos contra a Covid. “A legislação brasileira precisava ser adequada para que o País começasse a negociar a vacina”, justificou.

Guilherme Sampaio (PT) afirmou que o Governo Federal tem atacado o programa nacional de imunização, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro tem se posicionado contra a vacinação, apostando na imunidade de rebanho. “Não dá mais para suportar esse discurso. É preciso que o Congresso Nacional assuma seu papel junto à Nação. Qual é o argumento mais forte do que mais de 400 mil mortes? Quantas mais serão necessárias para o impeachment do presidente?”, questionou o petista.

“Me perdoem aqueles colegas que fazem defesa desse Governo. Não dá mais para sustentar a presença de Bolsonaro da Presidência da República. Esse presidente só não caiu porque não estamos indo para as ruas. Não dá mais para ser tolerante com esse Governo” – (Guilherme Sampaio)