Líder do Governo na Câmara, Esio Feitosa, pediu que Camilo Santana tome uma atitude. Foto: Reprodução/Youtube.

Assim como ocorreu nas eleições de 2016, vereadores de Fortaleza denunciaram, durante sessão ordinária desta quarta-feira (02), que policiais militares intimidaram eleitores, e até os próprios colegas militares, durante o pleito do último domingo (29). Os parlamentares, todos da base governista, solicitaram ao governador Camilo Santana que acione o comando da Polícia para tentar identificar esses agentes e evitar que algo semelhante ocorra em disputas eleitorais futuras.

O presidente da Câmara Municipal, Antônio Henrique (PDT), foi um dos parlamentares que teriam sido intimidados por policiais militares. Conforme confessou da tribuna do Plenário Fausto Arruda, durante votação em uma escola de Fortaleza, um policial tentou impedir sua entrada no estabelecimento de ensino, visto que ele estava utilizando um adesivo da campanha de Sarto (PDT) em sua camisa.

“Eu fui entrar em uma escola com o adesivo do nosso candidato. O cidadão que estava ali para trazer segurança ao processo eleitoral, da Polícia Militar, me proibiu de entrar no colégio. Ele estava dentro da escola e deveria estar a 100 metros do local de votação”, disse Antônio Henrique.

Segundo ele, quando uma pessoa que estava ao seu lado começou a filmar a situação, o policial teria dito que não estava proibindo o presidente do Legislativo Municipal de entrar na unidade de educação. O vice-presidente da Câmara Municipal, Adail Júnior (PDT), também relatou ameaça que teria sofrido durante votação em um colégio.

Conforme informou, ao chegar no local, um policial questionou a quantidade de adesivos em seu corpo ao que o parlamentar teria respondido que só não colocou mais porque faltou. “Ele disse ‘ele é gaiato’ e eu disse que era e ainda era vereador. Foi aí que ele se desculpou, porque se fosse um cidadão comum ele teria dado um tapa na cara”, afirmou Adail.

“Quem não sofreu intimidação nessas eleições? Se alguém jogou baixo não foi o pessoal do grupo do PDT”, disse o pedetista. Outro membro da Mesa Diretora, o vereador Gardel Rolim (PDT), também denunciou casos que ele presenciou e solicitou, desde já, a presença das Forças Nacionais nos pleitos vindouros em Fortaleza.

“Eu queria lamentar profundamente a postura de alguns poucos policiais militares no último domingo, que agiram com truculência, de forma antidemocrática. Eu posso citar vários exemplos”, disse ele, citando um caso de uma mulher que se apresentou como delegada e obrigou uma secretária de escola a retirar um veiculo próximo do estabelecimento porque o carro estava com adesivo da candidatura governista.

“Esse é apenas um exemplo que estou cintando, pois existem vários; de policial mandando retirar adesivo da camisa, retirando bandeira das mãos de eleitor. Os vereadores que viverão o pleito de 2024 devem fazer um pacto e pedir a ajuda da Força Nacional para permanecer em todo o pleito”, disse Rolim.

“O que vimos aqui foi a truculência por parte de alguns policiais. Muitos dos eleitores amigos foram coagidos. Não podemos aceitar isso num estado democrático como o nosso. Quem não se lembra de 2016, quando um dos militantes da nossa campanha foi assassinado porque estava com uma camisa amarela? Precisamos defender a democracia e a liberdade” –  (Gardel Rolim)

O líder do Governo, Esio Feitosa (PSB), também denunciou o que ele denominou como “truculência” por parte de alguns policiais militares. Ele solicitou que o governador Camilo Santana entre em contato com o Comando Geral da Polícia para tentar evitar que ações deste tipo sejam repetidas em pleitos futuros.

“Aconteceram, em Fortaleza, claras tentativas de intimidação praticada por maus policias nas seções eleitorais. Eu presenciei várias equipes, duplas de policiais dentro dos colégios, abordando pessoas com adesivos do Sarto, tentando impedir que as pessoas fizessem sua manifestação de preferência política”, denunciou Feitosa.

“É preciso que o governador Camilo Santana converse com o Comando da Polícia Militar para investigar esses casos. É um absurdo termos maus policiais usando a farda da honrosa polícia do Ceará para fazer politicagem, intimidando eleitor livre da nossa cidade” – (Esio Feitosa)