Comissões de Educação das Assembleias Legislativas reuniram-se de forma virtual. Foto: Reprodução.

Cresce a pressão de parlamentares pelo adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, marcado para novembro, mas com as inscrições abertas a partir desta segunda-feira (11). Com as medidas de isolamento social em vigência em todo o país, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), os parlamentares temem que estudantes sejam prejudicados.

Após manifestações isoladas de parlamentares, como o deputado estadual Acrísio Sena (PT) e a deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP), desta vez as Comissões de Educação das Assembleias Legislativas de todo o Brasil reuniram-se para debater os desafios da área em tempos de pandemia pelo coronavírus. Entre as demandas, foi acordada a elaboração de uma carta conjunta em defesa do adiamento do Enem 2020.

Mediador da reunião, o deputado Queiroz Filho (PDT), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Ceará, justificou o posicionamento pela falta de condições ideais de estudo. “Já é difícil o aluno decidir o destino do resto da vida, imagina sem se preparar de maneira adequada para fazer a prova. Aqui no Ceará temos um programa chamado Academia Enem, em que participam cerca de 20 mil jovens para aulas de reforço, e ele está suspenso. Este é um exemplo pelo qual o adiamento do Enem é mais do que justo”, disse.

O deputado Queiroz Filho também destacou as ações realizadas pelo Governo do Ceará e pela Prefeitura de Fortaleza para garantir o ensino à distância para alunos da rede pública de ensino e também pela manutenção da merenda escolar durante o período de suspensão das aulas presenciais.

Também membro da Comissão de Educação da AL cearense, o deputado Guilherme Landim (PDT) afirmou que, diante da insistência do Ministério da Educação (MEC) em manter as provas para novembro, os parlamentares estaduais e muitos outros federais tentam uma sensibilização de que a desigualdade no país só será ainda mais evidenciada com as datas mantidas.

“Mais de 50% da população mais pobre do Brasil não tem acesso a computador. Na zona rural, mais de 40% da população não tem acesso à internet. Como essas pessoas vão estar estudando nesse período de isolamento?”, indagou em vídeo publicado nas redes sociais.