Calado estava e calado ficou Abraham Weintraub, durante o interrogatório da Polícia Federal. Foto: Agência Brasil.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, não demonstrou a mesma desenvoltura das reuniões ministeriais ao prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (29).

Convocado à esclarecer a afirmação feita em reunião de governo em que ele disse que botaria “esses vagabundos todos na cadeia”, começando pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, se utilizou do direito constitucional de permanecer calado.

“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse Weintraub em trecho da reunião divulgado pelo STF na semana passada.

O ministro da Justiça, André Mendonça, chegou a apresentar um Habeas Corpus para evitar o interrogatório, mas como o recurso não foi apreciado a tempo, Weintraub obedeceu a determinação do ministro Alexandre de Moraes e prestou depoimento no Ministério da Educação.

Ao ser questionado pelos policiais federais, no entanto, Weintraub fez uso do direito de permanecer calado durante todo o interrogatório.

reunião ministerial, dia 22 de abril, em que Weintraub insultou membros do STF foi divulgada por ordem do ministro Celso de Mello, relator do Inquérito 4.831, que investiga acusações de Sergio Moro contra o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Segundo o decano do STF, as declarações são gravíssimas e não só atingem a honorabilidade dos integrantes da Corte como também representam ameaça ilegal a sua segurança

No inquérito, o Supremo investiga a divulgação em massa de notícias fraudulentas com o objetivo de desestabilizar a democracia no país, atacando o Judiciário e o Legislativo para concentrar poder nas mãos do presidente Jair Bolsonaro.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Educação disse que o processo corre sob sigilo e que qualquer informação sobre o caso deve ser requerida ao juízo da causa.

Fonte site ConJur e do site Agência Brasil.