Uma comitiva de ministros esteve no Ceará, na manhã desta segunda-feira (24), incluindo o ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro. Os representantes do Governo Federal vieram ao Estado dialogar com o governador Camilo Santana e acompanhar a implantação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com a participação de 2.600 homens das Forças Armadas, além de agentes da Força Nacional.

Em entrevista coletiva, o ministro Sérgio Moro afirmou que a comitiva veio ao Estado para “serenar” os ânimos dos policiais militares amotinados. Segundo ele, “a situação está sob controle, dentro de um contexto relativamente difícil”.  “As forças estão aqui para atender a algo que é temporário e deve atender a isso. Temos um indicativo de aumento de crimes mais violentos, mas a situação não é de absoluta desordem. As pessoas estão nas ruas, não existem saques”, avaliou Moro.

De acordo com ele, a vinda dos ministros ao Ceará foi um pedido feito pelo presidente Jair Bolsonaro, atendendo, claro, uma demanda do governador Camilo Santana. Segundo disse, a presença das Forças Federais no estado visa a proteção da população em substituição dos policiais que paralisaram suas atividades. “Esperamos e desejamos que essa situação possa ser resolvida o mais cedo possível pelo Governo do Estado junto com esse movimento. Nosso trabalho é, exclusivamente, garantir a proteção da população”.

“Viemos para serenar os ânimos e não para acirrá-los. O policial, no País inteiro, é um profissional dedicado que arrisca sua vida pelo outro, e deve ser valorizado. Isso é importante. O momento é de pensar em servir e proteger. O Governo veio aqui para substituir a ausência da segurança no momento. Serenar é importante. Temos que colocar a cabeça no lugar e pensar o que é necessário para solucionarmos essa crise, para que os policiais voltem a poder realizar seu trabalho. O Governo Federal veio para permitir essa negociação sem que a população seja apenada” – (Sérgio Moro) .

Quebra de acordo

O governador Camilo Santana agradeceu apoio federal e lamentou que, apesar de reuniões terem sido feitas com a categoria e de um acordo ter sido aceito, os policiais tenham voltado atrás. “Sentamos e negociamos com as classes dos policiais, que saíram da reunião satisfeitos com o que foi fechado, sempre permitimos o diálogo. O que não podemos permitir é que grupos da segurança façam o que estão fazendo, com carapuças, balaclavas, com armas que a Constituição deu concessão para protegerem a sociedade e ameaçando a sociedade. Ninguém está acima da lei. Sempre aceitamos conversar, mas ninguém está acima da lei”, disse Santana.