Ana do Aracape assume no lugar de Priscila Costa e fica no cargo até abril de 2020. Foto: CMFor

Quando teve a oportunidade de tirar licença maternidade por até seis meses, em setembro passado, a vereadora Priscila Costa (PRTB) recusou a ideia, e disse ao Blog do Edison Silva que não o fez por um “ato materno”. Percebendo as dificuldades para criar o filho e atuar na vida pública, a parlamentar resolveu pedir licença por um prazo de quatro meses para tratar de “interesses particulares”.

Em seu lugar assumiu a primeira suplente do partido, a vereadora governista Ana do Aracapé (DC), que iniciou suas atividades legislativas na manhã desta quinta-feira (12). Caso tivesse escolhido a licença maternidade, Priscila Costa ficaria afastada das atividades parlamentares por um período de até 180 dias, mas manteria seu salário de vereadora.

Em se tratado de licença para interesses particulares, não há garantia de salário, que passa a ser recebido pelo suplente. De acordo com o Departamento Legislativo da Câmara Municipal de Fortaleza, Priscila Costa perdeu o prazo para solicitar licença maternidade.

Em setembro passado, quando questionada se sua atitude de não tirar licença maternidade seria por motivação política, ela afirmou que era um “ato materno”, até porque sua entrada na vida pública teria sido para garantir um futuro melhor para os filhos.

A parlamentar havia retornado às atividades da Casa logo após o nascimento de seu filho mais novo, ainda que o Legislativo da Capital cearense não tenha estrutura física para abrigar crianças recém-nascidas.

De acordo com Costa, seus assessores estavam ajudando a cuidar do pequeno Judah, na ocasião com 39 dias de nascido. “Meu pediatra sugeriu 30 dias para retorno às atividades. Neste momento, eu me sinto bem e estou bem amparada. Com certeza, tenho que me organizar melhor, mas temos muitos assessores que estão me ajudando a me organizar e manter minhas atividades”, disse à época.

A atitude da vereadora foi na contramão do que tem sido difundido nos últimos anos, com um empoderamento cada vez maior da figura feminina no mundo. As mulheres vêm lutando pelo direito à licença maternidade, e a atitude da vereadora pegou alguns grupos de surpresa.

Questionada sobre sua atitude, que vai na contramão da luta feminina, Priscila Costa afirmou que seu ato não foi político, mas “um ato materno”.

“Eu, quando fui para a Câmara, fui para defender meus filhos. Não quis abrir mão disso neste momento único do Brasil”. Segundo ela, se houvesse um berçário na Câmara Municipal de Fortaleza, isso seria uma alternativa a mais para as mães que trabalham lá.