Reitor da UFC, Cândido Albuquerque /Foto: VIktor Braga-UFC

O reitor da Universidadade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque, afirmou, nesta quarta-feira (28), em entrevista à Rádio Universitária, que está aberto ao diálogo com os estudantes, professores e servidores que têm se manifestado contrários à sua posse como reitor. Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), Cândido alcançou apenas 610 votos na eleição interna da instituição, ficando apenas em terceiro na disputa vencida por Custódio de Almeida (7.772 votos).

“Quero dialogar, mostrar a eles o que penso sobre a Universidade. Sem preconceitos”, disse Cândido, que enfrenta uma série de protestos contrários à sua nomeação. O reitor saiu ainda em defesa do programa Future-se, lançado pela gestão de Bolsonaro e rejeitado pelo Conselho Universitário (Consumi) da UFC no último 14 de agosto.

Segundo Cândido, o “Future-se é um projeto em construção. No atual momento, ninguém pode ser nem contra nem a favor”, afirmou. O programa foi criticado na “Declaração dos reitores das instituições federais de ensino superior do Ceará”, divulgada no mesmo dia 14.

No documento, a UFC, o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e a Universidade Federal do Cariri (UFCA) alegam que o Future-se “resulta em uma fórmula de gestão que, se implantada, descaracterizará completamente essas instituições, submetendo-as à lógica dos interesse sprivados”, além de ter sido elabora sem diálogo com as instituições.

Cândido alega ter críticas ao programa e que três princípios fundamentais não podem ser alterados pelo programa: a autonomia universitária, a liberdade de cátedra e a defesa do patrimônio da universidade. “Eu não sou nem contra, nem a favor: eu quero é participar. Vamos ver que construção nós vamos fazer. Ao final do programa, nós vamos nos posicionar. Depois que tiver aprovado, nós vamos dizer: aceitamos ou não, somos contra ou não. O que a Universidade não pode ter é preconceito. A universidade tem que ter coragem de debater todas as ideias”, disse.