Kajuru lembra que dados da Organização das Nações Unidas indicam que as perdas de alimentos atingem cerca de 30% do total produzido no planeta. Foto Waldemir Barreto/Agência Senado.

O Fundo Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que cerca de 33% de tudo o que é produzido anualmente no mundo vai para o lixo. Deste percentual, 54% das perdas ocorrem na fase inicial do cultivo, passando pela manipulação, pós-colheita e armazenamento. Os 46% restantes são perdidos nas etapas de processamento, distribuição e consumo.

Enquanto uma em cada sete pessoas no mundo sofre com desnutrição, um terço de toda a comida produzida pelo sistema agrícola global é perdida a cada ano, segundo dados do Programa Ambiental das Nações Unidas (Pnuma). No Brasil, o assunto também é um problema. Dos 268,1 milhões de toneladas de alimentos disponíveis no País em 2013, 26,3 milhões, ou quase 10%, foram perdidos, segundo levantamento da FAO.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) destacou em Plenário, nesta segunda-feira (8), um projeto de lei apresentado por ele que estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos alimentos. O objetivo é reduzir o desperdício e aumentar a oferta de comida para as entidades de assistência social que amparam as pessoas em situação de vulnerabilidade e abandono familiar.

Pela proposta (PL 2.895/2019), o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional criará redes de doação, coleta, armazenamento e destinação de alimentos em condições nutricionais e sanitárias de consumo.

Ao lembrar que a alimentação é um direito social previsto na Constituição, Kajuru disse não ser aceitável que, num país onde 5,2 milhões de pessoas passaram fome em 2017, sejam desperdiçadas anualmente 26 milhões de toneladas de comida.

Esse volume é suficiente para alimentar mais de 13 milhões de pessoas, alertou o senador.

A nosso ver, a fácil perecibilidade dos alimentos gera uma obrigação de destinação responsável e tempestiva por parte do fabricante, do distribuidor, do comerciante e do consumidor. É altamente necessário incutir uma cultura de consumo responsável dos alimentos, em respeito às pessoas privadas de seu acesso e à dignidade humana. É também uma questão de educação“,  disse.

Fonte: Agência Senado/FAO.