Foto: Blog do Edison Silva.

Quatro deputados estaduais cearenses discursaram, nesta quarta-freira (27), no plenário da Assembleia Legislativa, sobre  a conveniência ou não de haver comemoração no dia 31 de março, aniversário da Revolução de 1964. O primeiro a dizer não foi Acrísio Sena (PT), seguido de Carlos Felipe (PCdoB), também contrário. O deputado Manoel Duca (PDT) foi o terceiro e único orador a defender uma festa para comemorar a data, enquanto o deputado Renato Roseno (PSOL) encerrou o debate apresentando suas razões contrárias a qualquer manifestação favorável à data.

Destacando a publicação de uma nota de integrantes do Ministério Público Federal e a manifestação da Defensoria Pública da União contrárias a qualquer manifestação festiva alusiva à data, Acrísio Sena criticou a recomendação do presidente Jair Bolsonaro de os militares comemorarem o evento, ressaltando que “o período da ditadura foi marcado por torturas, desaparecimentos, mortos, cerceamento dos direitos civis, fechamento do Congresso , fim da liberdade de imprensa, atentados aos direitos humanos e movimentos sociais”. Para o parlamentar, essa é “uma pagina da história que precisamos esquecer”.
Na mesmo linha foram os dois pronunciamentos, dos deputados contrários à comemoração: Carlos Felipe e Renato Roseno, corroborado com um aparte feito pelo deputado Vitor Valim, ao afirmar que  “nenhuma ditadura é salutar para a população, porque não deixa que os menos favorecidos protestem ou falem. Sou a favor da democracia, pois entendo que qualquer regime ditatorial é prejudicial à população”, disse em meio ao pronunciamento do deputado Manoel Duca.
Duca foi o único a defender a comoração recomendada pelo presidente Bolsonaro. Segundo o parlamentar cearense, a Revolução de março de 1964 foi um movimento apoiado por segmentos de toda a sociedade brasileira, quando do clamor nacional para o País não enveredar pelo regime comunista. “Foi uma época em que tudo funcionou no Brasil, em que o povo podia andar na rua sem medo de assaltos e das mazelas de hoje”, disse.

Segundo Manoel Duca, o ex-presidente Lula, defensor do comunismo, proibiu as comemorações do dia 31 de março, mas deu guarida ao terrorista italiano Cesare Battisti. “Ele viveu como barão aqui no Brasil no governo petista, e agora é réu confesso na Itália por crimes cometidos lá. Lula também apoiou o regime dos irmãos Castro em Cuba, e o seu partido se manifesta favoravelmente ao governo ditatorial de Maduro na Venezuela”, apontou o deputado.

Ele lamenta que não se exalte as conquistas e a infraestrutura que o período militar proporcionou ao Brasil, e que só se aborde as mazelas da época. “Qual revolução que não tem sacrifício?”, questionou. Em seu socorro, a deputada Silvana Oliveira (PR) disse que é para “comemorar sim, por não termos um governo comunista, e termos tido um movimento salvador e libertador da nossa pátria do movimento comunista”, enfatizou.