Decisão do PSDB contraria Regimento Interno do Senado. Foto: Agência Senado.

O senador Tasso Jereissati (PSDB) anunciou, nesta terça-feira (29), por meio de redes sociais, que a bancada do PSDB no Senado votará em aberto na escolha para o próximo presidente da Casa, marcada para ocorrer em primeiro de fevereiro. “O PSDB decidiu, por unanimidade de sua bancada, em nome da transparência que o povo brasileiro exige nos dias hoje, votar em aberto. Declarar o seu voto e lutar para que a votação seja em aberto. Em qualquer circunstância, no entanto, nós votaremos em aberto”, declarou o tucano.

Tasso é um dos nomes que poderá ser lançado à Presidência do Senado pelo “Centrão”, grupo articulado pelo senador eleito Cid Gomes (PDT) na Casa para contrapor a candidatura do senador Renan Calheiros (MDB), que, apesar de não assumir publicamente, costura seu retorno ao comando do Senado nos bastidores. Hoje, o bloco informal é composto por PDT, PPS e Rede, mas Cid tenta trazer ainda PP, PTB, PSC, PSDB, PSD, Podemos, PRB e DEM, podendo alcançar mais de 50 senadores.

Indefinição dentro do MDB

Além do grupo liderado por Cid, Calheiros enfrenta oposição também dentro do seu partido. A líder da bancada emedebista na Casa, Simone Tebet, defende publicamente sua candidatura à Presidência e, pelas suas contas, tem o apoio de sete dos treze senadores emedebistas. Hoje, Calheiros oficializou a filiação do senador eleito pelo Tocantins Eduardo Gomes ao MDB, para aumentar seu cacife dentro da sigla. Eduardo deixou o Solidariedade.

Caso o nome definido pelo MDB seja o de Renan, o PSDB deverá votar em oposição ao emedebista. No entanto, caso seja o de Simone, a sigla votará dividida.

Votação secreta

Apesar da afirmação de Tasso que o PSDB “lutará” pela votação aberta, o pleito deverá ser definido em votação secreta, conforme o Regimento Interno da Casa e entendimento do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.