A volta do senador Renan Calheiros (MDB) ao comando do Senado ganhou mais um obstáculo na última quarta-feira (19), quando uma liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a eleição para a presidência da Casa ocorra por meio de votação aberta.

A decisão divide opiniões dentro do Senado e é considerada por Calheiros e aliados como uma interferência no Poder Legislativo. Com a votação aberta, aumenta a influência do Palácio do Planalto na eleição do próximo presidente da Casa, pois poderá cobrar os parlamentares que votaram contra seus interesses.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que não pretende interferir na sucessão no Congresso, porém seus aliados ventilam nos bastidores que qualquer nome é aceitável, com exceção de Calheiros, considerado hostil por Bolsonaro. Calheiros conta com o apoio da bancada petista no Senado.

Além do senador alagoano, disputam a presidência a líder do MDB, Simone Tebet, Tasso Jereissati (PSDB), Davi Acolumbre (DEM), Álvaro Dias (Podemos) e Esperidião Amin (PP). A eleição está marcada para o dia primeiro de fevereiro

Recurso

Aliado de Renan Calheiros, o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), deverá encaminhar um recurso produzido pela advocacia da Casa contra a liminar de Marco Aurélio ao presidente do STF, Dias Toffoli. No entanto a peça poderá ser analisada pelo vice-presidente do tribunal, Luiz Fux, devido ao recesso parlamentar.

Com informações do Jornal O Estado de São Paulo.

Foto: Agência Senado.