Recentemente, o Diário Oficial do Município de Caucaia circulou com a lista de exonerações de ocupantes de cargos comissionados e funções de confiança, de quase todos os setores da administração municipal. São 325 nomeados pelo próprio prefeito que foram dispensados em todas as secretarias, sendo as mais atingidas Educação e Saúde. O prefeito Naomi Amorim incluiu na relação dos exonerados,  16 ocupantes de cargos do próprio gabinete, a maioria assessores especiais e de governo.

Há casos como na Agência de Desenvolvimento de Caucaia (Adeca) onde as exonerações atingiram o Presidente e todos os comissionados, o que na prática inviabiliza o funcionamento do órgão. Em algumas secretarias, por falta de servidores efetivos, os serviços já estão comprometidos, como é o caso da Administração, Desenvolvimento Social e de Serviços Públicos (coleta de lixo e iluminação).

Para evitar desgastes com a população e acalmar a revolta política dos Vereadores que perderam as vagas de indicados político, o prefeito Naomi circulou um vídeo na internet onde afirma ter aberto mão do próprio salário e promete recontratar parte do pessoal em fevereiro de 2019.

O corte foi a alternativa, segundo auxiliares do prefeito, para tirar o Município do limite prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje Caucaia gasta 51,62% de sua receita corrente líquida com o pagamento das folhas de salários, conforme Relatório de Gestão Fiscal do 2º quadrimestre. Este percentual emperra a contratação de novos servidores concursados, a alteração de cargos e até mesmo o pagamento de horas-extras.

A preocupação principal dos gestores, enfatizam os aliados, é sair do limite e evitar problemas maiores, uma vez que o Município foi beneficiado com um empréstimo de 80 milhões de dólares com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Uma vez atingido o limite de 54% com gastos de pessoal, a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe as transferências voluntárias para o Município, a obtenção de garantias da União e a contratação de operações de crédito.

Foto: Agência Assembleia Legislativa.