Apesar de críticas à decisão, o petista afirmou que se manterá firma na defesa de Lula para presidente da República. Foto: CMFor

O vereador Ronivaldo Maia, que foi expulso do Partido dos Trabalhadores (PT) pela acusação de tentativa de feminicídio, afirmou, durante sessão ordinária na Câmara Municipal de Fortaleza, que não vai recorrer da decisão do diretório estadual da legenda. O parlamentar acusou seus ex-colegas de legenda, bem como membros do PSOL, de terem tido “interesse pouco nobre” por defenderem a cassação de seu mandato na Casa.

Após a leitura de carta na tribuna do Plenário Fausto Arruda, o agora ex-petista recebeu solidariedade por parte de vereadores da Câmara Municipal, todos homens, e alguns deles defensores do presidente Jair Bolsonaro. O caso de Ronivaldo ainda segue em tramitação na Justiça cearense, que deve decidir se ele, de fato, tem culpa na denúncia de tentativa de feminicídio, fato ocorrido no fim de 2021, em Fortaleza.

“Não vou recorrer. Não é minha intenção medir forças com o partido. Mantenho minha respeitosa referência, minha tarefa de militância para eleger Lula presidente. Vou continuar tocando, com responsabilidade, a decisão do mandato que foi confiado a mim”, disse o parlamentar.

De acordo com ele, apesar de toda uma vida dedicada às causas sociais, um desvio seria suficiente “para aniquilar uma vida inteira”. Ronivaldo falou em amor e fé em Deus e defendeu aqueles que lhe ofereceram “solidariedade e compaixão nas horas mais difíceis”. Ele aponta como culpados pelo momento em que vive o que chamou de “tribunal de cancelamento” e “espetáculo midiático”.

“Essa acusação não se confirma nos depoimentos prestados. Não sou agressor. Sobre a decisão de expulsão tomada pelo PT, quero expressar minha profunda tristeza. Considero injusto que o PT não tenha esperado o resultado do processo judicial. Elege-se uma mentira, repete-se várias vezes e está dada a condenação”.

PSOL

Ronivaldo se pronunciou em diversos momentos da sessão plenária, e em um deles agradeceu a todos os vereadores que se posicionaram em sua defesa. Ele destacou a decisão do Conselho de Ética da Câmara de Fortaleza, que acatou parecer do relator, o vereador Luciano Girão (PSD), optando pelo arquivamento do processo impetrado pela bancada do PSOL, com apoio de Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar, do PT.

“Do fundo do meu coração, quero agradecer a todos os colegas vereadores e vereadoras. O Poder Legislativo ouviu o inquérito do Executivo, mas o Judiciário sequer se pronunciou. E é isso. Aqueles que tinham outros interesses, nada nobres… Aqueles que tinham interesse pouco nobre, porque sabem que o parecer estava muito bem amparado”, disse Ronivaldo sobre decisão do Conselho de Ética e atitude de petistas e psolistas que recorreram.

Postura

Sargento Reignuaro (UB) defendeu Ronivaldo Maia e disse que o PT estaria fazendo palanque com a decisão, já que não deu o direito de defesa. “Defesa que tem dado a um presidente que foi condenado em três instâncias e até hoje é tratado como inocente”, disse se referindo ao ex-presidente Lula. Marcelo Lemos (UB) disse que o vereador “se livrou do PT”. “Um partido que condena antes de ser condenado, e inocenta um bandido, um ladrão como o Lula”.

Outros que defenderam Ronivaldo e criticaram a postura do PT foram Bruno Mesquita (PROS), Professor Enilson (Cidadania), Léo Couto (PSB) e Carlos Mesquita (PDT), este indo até o colega e lhe dando um abraço. “Vossa excelência tem sido um modelo de lealdade. Me desculpem a Larisa, o Guilherme, mas nenhum de vocês foi mais honesto com o PT, mais brigão pelo PT que o Ronivaldo Maia”, disse o pedetista.