Filiada ao União Brasil, a deputada Dayany Bittencourt é esposa do ex-deputado Capitão Wagner. Foto: Reprodução/Instagram

Os deputados da Assembleia Legislativa aprovaram, na manhã desta quinta-feira (18), uma moção de solidariedade e apoio à deputada Dayany Bittencourt (UB-CE) após a parlamentar afirmar ter tido sua privacidade invadida com a descoberta de câmeras em flat alugado em Brasília. Os parlamentares também reclamaram da falta de resolução do caso, que estava sob segredo de justiça desde agosto do ano passado e ainda não houve indiciamentos.

O pedido de moção foi apresentado pelo petista Julio César Filho (PT) e Sargento Reginauro (UB), este correligionário de partido de Dayany. Segundo Reginauro,  câmeras escondidas foram encontradas no flat onde está co-residindo a deputada federal.  A deputada foi a Brasília e não queria morar em apartamentos funcionais e optou por um flat.

“E sua assessoria, logo nos primeiros dias percebeu a existência de uma câmera em uma luminária. E encontraram câmeras até no banheiro do flat onde estava a deputada. Isso é extremamente grave. A intimidade, a privacidade… é mais grave ainda em se tratando de uma mulher”, pontuou Reginauro.

“Para a nossa infeliz surpresa, de agosto para cá, as investigações não avançam como deveriam. Segundo informações da polícia, não existe imagem da deputada sendo filmada. Mas tem imagem da assessoria retirando as câmeras. Tem imagens das funcionárias fazendo limpeza”, destacou.

Segundo ele, essa é uma questão de segurança, respeito e defesa dos direitos das mulheres,  “que estão a cada dia mais vulneráveis. E precisam ser protegidas. O empresário disse que colocou as câmeras porque havia suspeita de que um funcionário estaria roubando ele. Esse homem já era para estar preso”.

Júlio César Filho disse estar abismado com o fato, e defendeu união de toda a sociedade para barrar esse tipo de crime. Conforme informou, muitas das vezes as imagens obtidas de forma ilegal são disponibilizadas em sites pornográficos e na chamada “deep web”

Lia Gomes (PDT), representante da Frente Parlamentar das Mulheres, colocou o órgão à disposição da parlamentar e se solidarizou com Dayany. “As mulheres já são tão vulneráveis. Muito lamentável esse fato. Isso independe de partido. Toda minha solidariedade a ela”.

Privacidade

Missias do MST (PT) defendeu mais rigor nas investigações e condenação para os responsáveis. “Nós, nesta Casa, não podemos jamais concordar com isso. Para que sirva de exemplo e que nenhum espaço seja violado”. De Assis Diniz (PT) também defendeu maior rigor da Lei.

“É inadmissível que isso esteja acontecendo. Quero me solidarizar com a deputada, com a dona de casa, com a mãe. Querem vasculhar a vida de todos, mas agora ultrapassaram todos os limites”, defendeu Cláudio Pinho (PDT). “Fico emocionado em ver que somos capazes de nos unir em torno da privacidade de alguém e a defesa das nossas mulheres. Isso jamais pode ser uma pauta partidária. Isso precisa ser um dever de todos de nós”, concluiu Sargento Reginauro.