Morador da região, deputado Missias Dias destacou a preocupação da população das localidades. Foto: Divulgação

O litígio entre o Ceará e o Piauí envolvendo parte da região da Ibiapaba, voltou a ser tema de deputados na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (04). Parlamentares destacaram o envolvimento histórico e cultural da população cearense com o território, defenderam a realização de um plebiscito e criação de uma Frente Parlamentar para acompanhar as discussões sobre o tema.

“Durante todos esses anos em nenhum momento a população foi ouvida. Isso traz uma insegurança para as pessoas. Não se justifica corremos o risco de todo o patrimônio e investimento, em algum momento, de uma canetada só, todos passem a ser do Piauí”, apontou o deputado Missias Dias, do Partido dos trabalhadores.

Segundo ele, há um grande investimento patrimonial e cultural na região. “Nossa tarefa nesta Casa é dizer que temos que ter o entendimento de buscar o melhor caminho para que as pessoas não sejam injustiçadas”, apontou Dias.

Alysson Aguiar (PCdoB) lembrou que a disputa secular deve ser encerrada ainda no primeiro semestre deste ano, com relatório apresentado pelo Exército Brasileiro. No Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia é a responsável por dar o veredito sobre o impasse entre os dois estados.

“São 25 mil pessoas, 13 municípios. Cerca de 90% querem permanecer no Estado do Ceará. E quero que a gente faça uma Frente Parlamentar para que a gente faça uma defesa daquela região. E para que o Estado do Ceará não perca nenhum centímetro para o Estado do Piauí”, defendeu.

Ainda de acordo com Missias Dias, é preciso encontrar o melhor caminho para que não haja insegurança na perda de território pertencente hoje ao Ceará. “Culturalmente falando, não tem nenhuma relação com o Estado do Piauí. Esse direito não pode ser retirado de nós. Que nosso povo não vá ter retrocesso em suas vidas”, destacou.

Para Moésio Loiola (PP)é preciso ter bom senso. Ele defendeu a realização de um plebiscito e disse não acreditar que a solução será resolvida “na base da canetada”. “Isso ainda vai perdurar por muito tempo. Lamentavelmente, isso gerou uma certa insegurança”, lamentou o parlamentar.

“A tarefa de todos nós é ajudar neste processo para resolver da melhor maneira possível” – (Missias Dias)