Guilherme Sampaio acredita que movimento foi negativo para ex-presidente. Foto: ALCE

Em seu pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (29), o deputado Guilherme Sampaio (PT) se debruçou sobre a manifestação na av. Paulista no dia 25 de março, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu anistia para os manifestantes do 8 de Janeiro. Segundo o petista, o ex-chefe do Executivo admitiu culpa em alguns crimes, bem como quando pede perdão para os envolvidos nos ataques à praça dos Três Poderes.

Segundo Sampaio, o ex-presidente é um “réu confesso, tendo em vista que teria assumido publicamente, na frente de milhares de pessoas, e com transmissão pela mídia, que havia uma minuta do golpe”. “Ele não assimilava essa tese, não assumia que ele e o seu governo haviam discutido a minuta do estado de defesa, debatendo o texto com ministros. Agora ele se entregou”, apontou.

“Não bastou ele reconhecer que articulou o decreto do estado de defesa para reverter o resultado das eleições, ele chegou a propor, quase exigir, anistia aos golpistas”, lembrou. Conforme disse, a anistia só pode ser idealizada quando se há um crime envolvido.

Regime Militar

“Ao propor anistia, ele se entrega mais uma vez, pois reconhece que foi praticado um crime gravíssimo contra a democracia brasileira”, destacou. Corroborando com Sampaio, o deputado Cláudio Pinho (PDT) rechaçou movimentos políticos que defendem o retorno do regime militar no País.

Ele destacou que seu pai foi um dos perseguidos pela ditadura militar, ainda nos anos 1970, ressaltando ter que se mudar de bairros de Fortaleza para evitar ser preso pela Polícia Federal. “As pessoas hoje não sabem o que é uma ditadura e um regime militar. Quem defende não conhece o sofrimento que muitas famílias passaram nessa época”, pontuou.